Eleições 2022

Ao acatar biometria, TSE quer "encerrar o assunto" com Defesa, diz especialista

Corte aprovou uma resolução que institui um projeto-piloto de um teste em algumas urnas durante as eleições de outubro deste ano

Júlia Vieira, da CNN, em São Paulo
Medida prevê que uma parte das urnas que serão submetidas ao teste de integridade passem por um projeto-piloto com biometria  • Divulgação TSE
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Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta terça-feira (13), por unanimidade, uma resolução que institui um projeto-piloto de teste de biometria em algumas urnas durante as eleições deste ano. A proposta veio a partir de uma sugestão das Forças Armadas.

Para a jornalista Dora Kramer, convidada do Arena Eleições, da CNN, ao aceitar a medida indicada pelo Ministério da Defesa, a Corte visa encerrar o imbróglio envolvendo o TSE e a pasta.

Ainda na avaliação de Dora, a instituição do teste de biometria não será o suficiente para cessar os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o resultado eleitoral, apesar de ele ter prometido “passar a faixa” e “se recolher” caso perder as eleições.

"Não tem ponto final [para Bolsonaro]. No TSE, eu acho que deram um brinquedinho [aos militares] para encerrar o assunto, porque não tem uma justificativa, mas para o Bolsonaro não basta isso. Se ele quiser colocar a condicionante, ele vai colocar", afirmou a jornalista.

Também ao Arena Eleições, o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, comentou a decisão do TSE.

"Tem uma questão simbólica do ponto de vista do eleitor: as Forças Armadas são uma instituição melhor avaliada que a Justiça no Brasil. O que o TSE tenta fazer é mostrar qual foi a proposta minimamente razoável feita pelos militares. Essa é uma tentativa de tentar validar uma sugestão de uma instituição que goza de um apoio popular maior que o TSE", apontou Meirelles.

Assista ao programa na íntegra: