Aliados do governo voltam a cobrar recriação do Ministério do Planejamento

Para lideranças do centrão, ressurgimento da pasta pode atenuar eventual fim das emendas ou mudanças no modelo de pagamento

Basília Rodrigues, da CNN, Em Brasília
Ministério do Planejamento e Orçamento
A pasta do Planejamento foi absorvido pelo Ministério da Economia, criado no governo Bolsonaro  • Agência Brasil/Elza Fiúza
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A decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber de barrar a liberação de emendas parlamentares fez ressurgir um velho apelo de integrantes do Congresso: que o governo recrie o Ministério do Planejamento.

A pasta deixou de existir no governo Bolsonaro, quando houve a junção com o Ministério da Fazenda, formando o que hoje conhecemos por Ministério da Economia. A área do Planejamento é justamente a responsável por cuidar da execução orçamentária, pelo dinheiro que sai dos cofres públicos.

Para lideranças do centrão, com quem a CNN conversou, o ressurgimento da pasta poderia atenuar tanto o eventual fim das emendas de relator quanto mudanças no modelo de pagamento, que hoje permite mais liberdade aos parlamentares.

A decisão da ministra Rosa Weber vai ser analisada pelos outros ministros do STF nesta terça-feira (09). A CNN conversou nesta segunda com ministros da corte e o entendimento não é unânime. Para alguns, Weber foi além na decisão e acabou por interferir em outro poder, argumento utilizado pela Câmara também para se defender.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, vai se reunir com o presidente do STF, Luiz Fux, no fim da tarde desta segunda-feira (08).  A intenção é discutir uma solução de meio termo, em que haveria a liberação dos pagamentos empenhados até agora, de cerca de R$ 5 bilhões, e caberia à Câmara fazer mudanças para limitar o uso indiscriminado das emendas de relator no futuro.