Câmara pretende travar votação de textos do governo até que Planalto mude articulação

Recado foi dado em conversas na quarta-feira (31), antes da votação da medida provisória que trata da reestruturação dos ministérios do governo Lula

Luciana Amaral e Leandro Magalhães, da CNN, Em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso de posse no Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso de posse no Congresso  • Tauan Alencar/Câmara dos Deputados
Compartilhar matéria

A Câmara dos Deputados pretende travar a votação em plenário de textos de interesse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até que o Palácio do Planalto mude a articulação política perante a Casa. Isso abrange projetos de lei e medidas provisórias, por exemplo.

Em última instância, a decisão de quais matérias são analisadas e votadas no plenário fica a cargo do presidente da Câmara -- nesse caso, Arthur Lira (PP-AL).

O recado já foi dado em conversas na quarta-feira (31), antes da votação da medida provisória que trata da reestruturação do governo Lula. A MP foi aprovada, mas na véspera de vencer e com dificuldades para caminhar no plenário. Agora segue ao Senado.

Segundo apurou a CNN, a decisão de ignorar textos de interesse do governo é uma forma de pressionar o Planalto a mudar a articulação.

Parte dos deputados reclama de demora na liberação de emendas e nomeação de indicados a cargos na administração pública federal, falta de avisos de viagens de Lula aos redutos eleitorais deles e dificuldade de conseguir conversar com ministros.

Lideranças do PT na Câmara, nos bastidores, reconhecem essas reclamações e concordam que algo precisa ser feito para consolidar a base governista.

Há insatisfações, especialmente em partidos do centrão, como União Brasil, PP e Republicanos.

Após o fim da votação da MP da reestruturação, Lira disse que, nas próximas votações em plenário, o governo terá que “caminhar com as próprias pernas”.