Congresso debate aumentar repasse a estados em plano de auxílio

Líderes na Câmara trabalham em nova versão do plano de auxílio a governadores e prefeitos que inclui um volume maior de transferência direta de recursos da União aos Estados e municípios.
A ideia em análise é reduzir, assim, o espaço fiscal dado para que governadores contraiam novos empréstimos, operações que poderiam chegar a R$ 50 bilhões. Segundo o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do projeto, um caminho é ampliar o número de meses nos quais haveria recomposição pelo governo federal das perdas de arrecadação de ICMS e ISS, os principais impostos para estados e municípios, respectivamente.
Com isso, a compensação que seria limitada inicialmente a três meses - abril, maio e junho, com uma despesa estimada em R$ 41 bilhões - seria ampliada para, pelo menos, até julho.
“Nesse momento, é mais importante a gente fazer uma transferência direta e isso está em linha com o projeto do orçamento de guerra. Trabalhar a linha da recomposição das perdas em vez de ficar colocando muita carga em financiamento”, afirma Pedro Paulo.
Permaneceria no texto a permissão para que estados e municípios utilizem o dinheiro não apenas no combate ao novo coronavírus mas também para equilibrar suas finanças. A equipe econômica é contra esse aval, argumenta que os entes da federação utilizariam os recursos para fins não relacionados à epidemia..
“Se caiu 40% de arrecadação de ICMS, vamos fazer o quê? Vou ficar discutindo se ele vai isso ou aquilo com o dinheiro? Tem de dar o mínimo de autonomia ao governo estadual, que também foi eleito. O dinheiro que a União está gerindo não é dela, é do Brasil inteiro”, diz o deputado.
Para integrantes da equipe econômica, aumentar a transferência de recursos e limitar a autorização para novos financiamentos pode ser uma boa saída, segundo uma fonte do Ministério da Economia. Mas é preciso restringir o uso do dinheiro a ações de enfrentamento à COVID-19 ou faltarão recursos adiante para atender os mais vulneráveis e o problema fiscal dos estados será ampliado.
Além disso, por ora, a equipe do ministro Paulo Guedes sinaliza que a ajuda a estados deveria ser limitada a R$ 40 bilhões. Nos moldes do relatório formatado pelo deputado Pedro Paulo, e lido aos deputados na quarta-feira, a conta para a União chegaria a R$ 180 bilhões (R$ 100 bilhões, segundo Pedro Paulo), entre transferências, novos empréstimos e suspensão de dívidas.