Defesa de Bolsonaro pede suspensão de ação sobre plano de golpe

Advogados argumentam que ainda não tiveram acesso a todas as provas do processo; ex-presidente deve ser interrogado no Supremo na próxima semana

Gabriela Boechat, da CNN, Brasília
Ex-presidente Bolsonaro concede entrevista coletiva após prestar depoimento à Polícia Federal em Brasília  • 05/06/2025REUTERS/Adriano Machado
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta quinta-feira (5) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão da ação penal que apura uma suposta trama golpista após as eleições de 2022 até que os advogados tenham acesso integral às provas.  

Em maio, Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) disponibilizasse, por meio de link em nuvem, todo o material apreendido nas investigações contra Bolsonaro e outros denunciados na ação.  

Os advogados argumentam que, pela grande quantidade de arquivos, não houve tempo razoável para sequer fazer o download das provas antes do início da escuta de testemunhas, no dia 19 de maio.  

A defesa alega ainda que, até hoje, as provas não foram integralmente disponibilizadas.  

“Não é possível seguir com o início dos interrogatórios sem que seja franqueado para a defesa o acesso integral às provas: um direito básico cujo atendimento deveria ter corrido imediatamente após a formalização da acusação, mas que até hoje não se observou”, afirmam os advogados.  

Esta não é a primeira vez que a defesa de réus no processo da trama golpista pede adiamento da ação até o acesso integral às provas coletadas.  

Moraes já negou esses recursos sob o argumento de que os documentos aos quais a defesa não teve acesso prévio não foram usados para embasar a denúncia contra os acusados.  

Nas últimas duas semanas, o Supremo ouviu mais de 50 testemunhas na ação penal do plano de golpe. Dois ex-comandantes das Forças Armadas confirmaram à Corte que Bolsonaro discutiu medidas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  

Na próxima segunda-feira (9), o STF irá começar os interrogatórios dos réus.