Depoente explica no STF fala sobre churrasco em acampamento com general
PGR diz que "churrasco" é codinome para golpe de Estado

A testemunha Rodrigo Yassuo Faria Ikezili, chamada pela defesa do general Mario Fernandes, afirmou nesta sexta-feira (18) que mandou uma mensagem para o militar sobre o churrasco para saber se teria o aval para entrar bebidas alcoólicas no acampamento que ficava em frente ao Quartal-Geral do Exército, em Brasília.
Na denúncia e nas alegações finais, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apontou que a expressão “churrasco” era usada pelos envolvidos no plano como codinome para golpe de Estado.
Indagado no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre por que a testemunha mandou uma mensagem para Mario Fernandes perguntando sobre a "situação do churrasco", Rodrigo respondeu que queria um aval para a entrada de bebidas.
"Seria churrasco mesmo, porque lá no acampamento era proibida bebida [alcoólica], né? O pessoal do Exército, ele passava, ele tipo proibia, ali evitavam a questão de bebida", disse ao responder um questionamento do advogado do general.
A PGR também atribui Rodrigo Ikezili como uma das lideranças do acampamento e apresentou uma contradita — mecanismo processual utilizado para contestar a idoneidade da testemunha —, que foi aceita parcialmente pelo juiz Rafael Rocha, que conduziu a oitiva. Rodrigo negou sobre a posição de liderança durante o interrogatório.
Ele estava nervoso durante todo o interrogatório e, por muitos momentos, não construía frases com sentidos completos. Inicialmente, a testemunha seria a primeira a depor, mas preferiu aguardar a presença do seu advogado, que estava com problemas de ingresso na sala de reunião virtual.
Na tarde desta sexta-feira, foram ouvidas quatro testemunhas de defesa de Mario Fernandes. As oitivas de testemunhas de defesa do núcleo 2 serão retomadas na segunda-feira (21).