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    Irmãos Batista rejeitam repactuar delação com multa 18 vezes maior

    Procurador-geral da República, Augusto Aras aumentou valor de R$ 110 milhões para R$ 2 bilhões

    Gabriela Coelho , Da CNN Brasil, em Brasília

    Em mais um capítulo na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, os três rejeitaram a proposta feita pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para repactuar a delação com um pagamento de uma multa pelo menos 18 vezes maior do que acertado inicialmente.

    Em 2017, o então procurador da República Rodrigo Janot fechou o acordo em R$ 110 milhões. Nesta semana, Aras achou que o valor estava baixo e subiu para R$ 2 bilhões. A pedido da defesa, Aras topou fazer uma repactuação para não perder as provas que eles tinham fornecido em 23 ações penais — mas o valor emperrou a negociação. “Eu jamais faria um acordo com valores tão irrisórios”, disse o procurador-geral à CNN Brasil.

    Além do aumento do valor, a proposta de Aras prevê que as penas de Joesley e Saud sejam reduzidas a três anos e meio: um ano e meio em regime fechado, um ano em regime semiaberto e mais um ano em regime aberto. A pena de Wesley seria um pouco mais baixa: 11 meses em regime fechado.

    Ainda de acordo com a proposta de Aras, R$ 500 milhões seriam pagos em parcela única em um fundo de combate ao coronavírus do Ministério da Saúde. Os outros R$ 1,5 bilhão seriam pagos em dez parcelas, que também seriam enviados prioriatariamente para a saúde enquanto durar a pandemia. O acordo, entretanto, também precisaria ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal. 

    Procuradas, as defesas dos irmãos Batista e de Ricardo Saud não se manifestaram até a publicação desta notícia.

    Apontada como uma das mais fortes delações fechadas na esteira da Lava Jato – por atingir o ex-presidente Michel Temer — a colaboração passou por uma reviravolta depois que gravações indicaram que Marcelo Miller, ex-procurador, teria orientado Joesley Batista e seu grupo para as tratativas com a PGR sobre o acordo de colaboração.

    No Supremo

    Em outubro passado, o ministro Luiz Edson Fachin, do STF, respondeu a pedido feito pela Procuradoria-Geral da República de ampliação do prazo de análise do caso dada “a complexidade dos fatos em apuração”. 

    No final de fevereiro, a nova chefe da Lava Jato na PGR, Lindôra Araújo, pediu ao STF que suspendesse a tramitação do processo de rescisão, cujo julgamento está marcado para junho no plenário do Supremo. Ele é considerado um marco para as delações e poderá definir como se darão eventuais rompimentos de acordo no futuro.

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