
Lula e Bolsonaro defendem reforma da ONU
Principais concorrentes na corrida ao Planalto neste ano fizeram críticas à composição do Conselho de Segurança

Principais concorrentes na disputa pelo Palácio do Planalto neste ano, os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) têm dado discursos defendendo reformas na composição da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na fala de abertura da Assembleia-Geral da ONU, ocorrida nesta terça-feira (20), Bolsonaro defendeu, entre outros assuntos, que a reforma da ONU é "essencial para encontrarmos a paz mundial". A fala aconteceu enquanto o chefe do Executivo mencionava ameaças à paz e segurança internacional, como a guerra da Ucrânia.
"No caso específico do Conselho de Segurança, após 25 anos de debates, está claro que precisamos buscar soluções inovadoras. O Brasil fala desse assunto com base em uma experiência que remonta aos primórdios da ONU", afirmou Bolsonaro, relembrando, em seguida, que o país ocupa um assento não permanente no Conselho pela 11ª vez.
Essa não é a primeira vez que Jair Bolsonaro cobra uma reforma da ONU. Em 23 de junho de 2022, ele também fez críticas ao "sistema das Nações Unidas, em especial o seu Conselho de Segurança", destacando “o peso crescente das economias emergentes e em desenvolvimento deve ter a devida e merecida representação”.
O ex-presidente Lula também tem feito críticas à ONU. Também neste mês de setembro, o petista criticou as Nações Unidas pelo que chamou de “falta de representatividade” dentro do Conselho de Segurança.
“A geopolítica mundial da Segunda Guerra não existe mais, é preciso colocar mais países no Conselho de Segurança. Não tem nenhum país africano, da América Latina, Não está Alemanha, Índia, Nigéria, precisa colocar mais gente, pode entrar o Brasil, o México, precisa ter mais representatividade", afirmou Lula.
"Em 1948, a ONU teve força para criar o Estado de Israel e hoje não tem força para criar o Estado Palestino. Se ela tivesse força, teria impedido a Guerra da Ucrânia. […] O Brasil não pode viver nesse isolamento que está hoje, precisa ser protagonista”, acrescentou.
O Conselho de Segurança foi criado em 1945 e tem cinco integrantes permanentes desde então: Estados Unidos, Inglaterra, França, China e Rússia -- que herdou a posição da União Soviética.
Os outros dez países que integram o conselho são temporários.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
*com informações de Léo Lopes, João Rosa e Marcello Sapio, da CNN
(publicado por Tiago Tortella, da CNN)