Marchezan Jr. defende gestão atual e reabertura das escolas em Porto Alegre
Prefeito afirmou que vem sendo alvo de grupos políticos adversários, que teriam forjado falsas acusações e uma CPI para constrangê-lo antes das eleições
O atual prefeito e candidato do PSDB à releição para a prefeitura de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, afirmou nesta sexta-feira (16), sabatinado pela CNN, que as escolas municipais da capital gaúcha devem ser reabertas e que a “greve sanitária” promovida por professores tem objetivos políticos de prejudicá-lo.
“É um movimento muito mais político, eleitoral e partidário do que efetivamente de interesse da sociedade ou da saúde. Todos os porto-alegrenses têm condição sanitária de trabalhar”, argumentou.
Marchezan Júnior afirmou que a maior parte das escolas municipais são creches conveniadas, que não estariam sendo afetadas pela greve, e defendeu a volta imediata às aulas para conter os prejuízos ao ano letivo em função da pandemia.
Defendendo a atual gestão, o candidato do PSDB afirmou que se concentrou em colocar as contas da cidade “no azul” fazendo reformas para redução dos gastos e que recebeu o caixa em déficit do seu antecessor e adversário na eleição, José Fortunati (então no PDT e hoje no PTB).
“Nós estamos trabalhando para que ocorra o pagamento em dia. Nós não podemos ainda dar essa garantia. Mas é bem mais viável pagarmos esse ano, do que no governo anterior, que teve que adiantar as receitas do meu governo para pagar os servidores”, disse o prefeito. “Ele deixou um rombo de R$ 390 milhões”, acusou.
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“Nós hoje podemos olhar para o futuro de Porto Alegre e ver um resultado azul, desde as reformas que a gente fez. Desde o ano passado, conseguimos R$ 1 bilhão em financiamento, porque voltamos a ter crédito”, afirmou.
O candidato do PSDB afirmou que a cidade deve se integrar a outros projetos para a compra de vacinas e que há recursos para caso isso seja necessário. Marchezan Júnior afirmou acreditar que a imunização virá do governo federal, mas que dialoga com outros possíveis parceiros, como o governo de Sâo Paulo, responsável pela testagem no Brasil da vacina chinesa Coronavac.
O atual prefeito afirmou não acreditar em uma segunda onda da Covid-19, afirmando que a Europa sofre agora por excesso de rigidez no lockdown, que impediu que parte da população se contaminasse e desenvolvesse anticorpos.
“Estou muito feliz com a nossa equipe na saúde. Nós não acreditamos que vamos ter uma segunda onda por aqui. A sociedade está avisada, mas não acreditamos.”
Diálogo
Questionado pela âncora Daniela Lima sobre o fato de ser o atual prefeito e aparecer apenas em quarto lugar, com 9% das intenções de voto segundo o Ibope, Nelson Marchezan Júnior afirmou que vem sendo alvo de grupos políticos adversários, que teriam forjado falsas acusações e uma CPI para constrangê-lo antes das eleições.
“Há quatro meses, em outra pesquisa, eu estava em primeiro. Depois dessa CPI, em razão do impeachment, a nossa imagem não ficou adequada aos nossos atos”, disse o prefeito, afirmando que confia no período de campanha para desfazer esses conceitos que julga inadequados a seu respeito.
“Os partidos tiveram a única alternativa, para não ficarem sem ter os guetos dividindo o orçamento da prefeitura, que foi movimentar uma CPI fake contra nós, um impeachment fake contra nós”, se defendeu, citando seu apoio a investigações policiais que afetaram vereadores do município.
Nelson Marchezan é alvo de um processo de impeachment por ter direcionado R$ 2,4 milhões do Fundo de Saúde para a publicidade. Ele alega que as peças de propaganda foram gastos para a saúde pública, uma vez que eram informativos sobre a pandemia da Covid-19, e por isso não se justificaria o processo.
O candidato do PSDB falou ainda sobre a decisão de seu atual vice, Gustavo Paim (PP), de se lançar nas eleições contra ele. Ele apontou Fortunati e Sebastião Melo (MDB), que também foram prefeito e vice, e hoje são adversários, para dizer que isso não fez dele alguém pior no sentido de dialogar e afirmou que as críticas de que ele não dialoga teriam causas ilícitas.
“O diálogo sugerido por alguns é o diálogo que levou a muitas denúncias de corrupção”, afirma.
Perfil
Nelson Marchezan Júnior é formado em Direito, foi diretor do banco estatal Banrisul, deputado estadual e deputado federal. Foi eleito prefeito de Porto Alegre nas eleições de 2016, em sua segunda tentativa.
Filho do ex-deputado Nelson Marchezan, morto em 2002, ele havia concorrido antes em 2008, quando não foi eleito. Seu candidato a vice-prefeito é Gustavo Jardim (PSL).
A CNN sabatina, nesta semana, os quatro candidatos a prefeito de Porto Alegre que ocupam os primeiros lugares nas intenções de voto segundo a última pesquisa do instituto Ibope. Nelson Marchezan Júnior (PSDB) ocupa o quarto lugar, com 9% das intenções de voto.
A primeira posição é ocupada pela candidata Manuela D’Ávila (PCdoB), com 24%, a segunda pelo candidato José Fortunati (PTB), com 14%, e a terceira por Sebastião Melo (MDB), com 11%.
A pesquisa Ibope foi colhida entre os dias 3 e 5 de outubro, ouvindo 805 pessoas. O questionário foi registrado sob o indicador RS-07152/2020, com nível de confiança de 95% e margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O contratante da pesquisa é a TV RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul.