Marina critica “guerras tarifárias” e diz que foco deve ser saúde e pobreza
Ministra do Meio Ambiente afirmou que ao invés de guerras bélicas e econômicas, mundo deveria estar lutando contra as “formas de malezas da sociedade”

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a criticar nesta terça-feira (29) o que chamou de “guerras tarifárias” entre países e afirmou que o mundo deveria estar focado em combater a pobreza, os problemas de saúde e a mudança do clima.
“Em lugar de estarmos fazendo guerras uns com os outros, guerras bélicas, em lugar de estarmos fazendo guerras tarifárias uns contra os outros, minando o espaço da cooperação e da solidariedade, deveríamos estar fazendo guerra contra os graves problemas de saúde, a pobreza e as formas de malezas que estão afetando a humanidade”, afirmou na Conferência Global de Clima e Saúde.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova onda de tarifaços no início deste mês. Para o Brasil foi anunciada a tarifa mais alta, de 50%. A alíquota passará a valer a partir da próxima sexta-feira (1º). O governo brasileiro ainda busca uma negociação.
Trump fez o anúncio em carta endereçada a Lula na sua rede social, Truth Social. No documento, o americano afirma que a cobrança é necessária tendo em vista a postura do STF (Supremo Tribunal Federal) para com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Governistas defendem que a medida tarifária é uma grave interferência na soberania brasileira.
Em abril, logo após Trump anunciar tarifas de 10% ao Brasil, Marina Silva já havia expressado preocupação com as taxas. Disse que as medidas de Trump rompem com o multilateralismo são prejudiciais à cooperação e ação climática conjunta.
Nesta terça (29), a ministra também criticou as guerras bélicas que ocorrem “em regiões da África, na Ucrânia e na Faixa de Gaza”, mas ressaltou que as mortes geradas pela mudança de clima deveriam produzir a mesma indignação, ressaltando que o mundo vive um estado de emergência climática.
“Mais de 500 mil pessoas no mundo perdem todos os anos suas vidas em função de ondas de calor. Segundo os dados, mais de 260 mil vidas estão sendo perdidas pelas guerras. Ao vermos as cenas que ceifam essas vidas, ficaríamos e ficamos indignados. [...] Mas a guerra silenciosa da mudança do clima, que faz com que pessoas idosas e crianças percam suas vidas, não conseguem criar o mesmo impacto”, disse.