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    Ministras do governo Lula demonstram apoio a Anielle Franco após demissão de Silvio Almeida

    Ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania teria assediado colega de Esplanada; ele nega as acusações

    Lucas Schroederda CNN , São Paulo

    Ministras do governo Lula demonstraram apoio nas redes sociais a Anielle Franco (Igualdade Racial) após a demissão de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, acusado de assediá-la sexualmente.

    Sete das oito mulheres que fazem parte da Esplanada dos Ministérios na gestão Lula compartilharam fotos ao lado de Anielle. Até a publicação desta reportagem, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa, não havia se manifestado publicamente até o momento.

    Almeida foi demitido na sexta-feira (6) por Lula após denúncias de assédio sexual envolvendo o então ministro virem à tona em comunicado da organização Me Too Brasil, que oferece apoio a vítimas de violência sexual.

    Almeida nega todas as acusações (veja o posicionamento do ex-ministro abaixo).

    O que disseram as ministras

    Nísia Trindade (Saúde)

    “Quero prestar toda a solidariedade à minha querida colega e amiga, ministra Anielle Franco, assim como me solidarizo com todas as mulheres vítimas de assédio.

    Como já mencionou o Ministério das Mulheres, o Brasil é signatário de acordos internacionais que asseguram os direitos humanos das mulheres. A decisão do presidente Lula foi assertiva e digna de um governo que valoriza a palavra da mulher e a ampla defesa.”

    https://www.instagram.com/p/C_mZYnkpwsz/

    Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima)

    “As últimas horas foram especialmente tristes e dolorosas para nós que acreditamos e defendemos direitos humanos, lutamos pela dignidade humana e combatemos quaisquer formas de racismo e de violência contra a mulher.

    Perdemos todas e todos no episódio que culminou com a demissão do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

    Nenhuma manifestação poderia ser mais clara e contundente do que a da própria ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial: ‘Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. (…) Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar, até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.’

    Minha solidariedade e apoio à ministra Anielle e também às demais mulheres que se juntaram às denúncias de assédio. Desejo-lhes a escuta e o acolhimento tão fundamentais nesses momentos de dor. Só elas podem expressar a profundidade do desconforto que importunações sexuais representam em suas vidas.

    O ex-ministro Silvio Almeida certamente terá garantido o seu mais amplo direito de defesa. Mas esse acontecimento traumático trouxe um importante ensinamento ao país. Mostrou que, embora o assédio, o desrespeito e outras violências contra as mulheres ainda façam parte de nosso cotidiano, esses comportamentos são definitivamente inaceitáveis e, cada vez mais, haverá denúncias e reação moral, institucional e legal contra eles.

    Como afirmou a nota publicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o presidente Lula considerou insustentável a manutenção do ministro no cargo, dada a natureza das acusações. E o governo reiterou seu compromisso com os direitos humanos, reafirmando que ‘nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada.’”

    https://www.instagram.com/p/C_mRgr7uns1/?img_index=1

    Margareth Menezes (Cultura)

    “Minha solidariedade e apoio à ministra Anielle Franco, que com coragem trouxe à tona uma denúncia séria de assédio. Em um país onde a luta contra a violência e opressão das mulheres ainda é uma realidade diária, agradeço ao presidente Lula pela rapidez e seriedade com que tratou essa denúncia.

    Como mulheres negras em espaços de poder, sabemos o peso das estruturas que tentam silenciar nossas vozes. Mas não nos calaremos.

    Estamos juntas, Anielle!”

    https://www.instagram.com/p/C_mcs4puh5q/

    Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos)

    Dweck, que acumulou interinamente a chefia do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania após a demissão de Almeida, escreveu: “Toda solidariedade à minha querida Anielle Franco. Como você sempre diz: ‘Eu uso sempre um sorriso no rosto como forma de resistência.’”

    https://www.instagram.com/p/C_mFeBwPLFB/

    Sônia Guajajara (Povos Indígenas)

    “Tomei posse no governo federal ao lado da ministra Anielle Franco como uma forma simbólica de mostrar que chegamos juntas nesse espaço de poder, e para juntas também lutarmos por um Brasil mais justo. Manifesto meu apoio à minha querida amiga.

    Que todas as denúncias sejam investigadas dentro do rigor da lei e respeitando o devido processo legal, sem condenações prévias, e com a celeridade que denúncias como essa precisam ter na nossa sociedade, o que não poderia ser diferente no setor público.”

    https://www.instagram.com/p/C_mHtxjPKI-/?hl=pt

    Simone Tebet (Planejamento e Orçamento)

    Em seu perfil no Instagram, Tebet publicou uma foto ao lado de Anielle e Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, com a seguinte legenda: “Juntas”.

    A ministra também compartilhou a nota divulgada por Anielle na noite de sexta-feira (6).

    https://www.instagram.com/p/C_mV2sNN-4k/?hl=pt&img_index=1

    Cida Gonçalves (Mulheres)

    A ministra das Mulheres se solidarizou com Anielle horas antes da demissão de Almeida. Em sua publicação, Cida escreveu: “Minha solidariedade e apoio a você, Anielle Franco, minha amiga e colega de Esplanada, neste difícil momento.”

    https://www.instagram.com/p/C_lEivVOkFP/

    O que diz Silvio Almeida?

    Por meio de nota, o ministro Silvio Almeida diz “repudiar com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra” ele.

    Alegou ainda que as denúncias não têm “materialidade” e são baseadas em “ilações”. Afirma ainda que o objetivo das acusações são lhe “prejudicar” e “bloquear seu futuro”.

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