No Chile, Lula pede “respeito pela tolerância e soberania popular” na Venezuela
Declaração foi dada ao lado do presidente chileno, Gabriel Boric; Lula também pediu "entendimento entre governo e oposição"
Em visita ao Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a pedir, nesta segunda-feira (5), que haja transparência em relação ao resultado da eleição presidencial na Venezuela
“O respeito pela tolerância e pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados”, afirmou Lula, ao lado do presidente chileno, Gabriel Boric, na capital Santiago.
“O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”, acrescentou.
Em sua primeira fala pós-eleição na Venezuela, na semana passada, Lula disse que a “briga” no país se resolveria com a divulgação das atas das mesas eleitorais por parte do Estado venezuelano.
“Tem uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata”, afirmou, na ocasião, à TV Centro América, do Mato Grosso.
A oposição venezuela contesta o resultado oficial, de vitória para o atual presidente Nicolás Maduro, e cobra a divulgação das atas das urnas utilizadas no pleito – o que, segundo os que a integram, provaria uma fraude eleitoral.
Nos cálculos da oposição, que diz ter em mãos a maioria das das atas eleitorais, o candidato oposicionista Edmundo González recebeu cerca de 70% dos votos válidos no pleito. Já o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro eleito para um novo mandato com 51,2% dos votos válidos, contra 44,2% de González.
Relações
Ao final de pronunciamento à imprensa, Lula disse que retornou à Presidência “com muita vontade de tentar recriar uma consciência política junto aos nossos povos (da América do Sul)”.
“Nós não podemos continuar de costas um para os outros. Nós temos que pesquisar, garimpar e estudar cada coisa que nós podemos fazer juntos. Nós temos que estudar as nossas similaridades”, afirmou.
Lula também falou em construir uma “relação plena” com o Chile, onde “qualquer divergência divergência menor não possa machucar os acordos importantes e as coisas maiores que nós temos que fazer”.
“Cada país tem a sua cultura, seus interesses, suas nuances políticas, e a gente não pode querer que todo mundo fale e pense a mesma coisa. Nós não somos iguais”, acrescentou.
* A repórter Carol Rosito viaja a convite da ApexBrasil