Pacheco quer cautela em regulamentação da reforma tributária e projeta votação após eleições

Senadores também disseram à CNN não acreditar como factível a aprovação antes do período eleitoral

Luciana Amaral, Rebeca Borges e Emilly Behnke, da CNN, Brasília
12ª Edição do Programa Jovem Senador 2024. O tema de 2024 é “Os 200 anos do Senado e os desafios e o futuro da democracia” e conta com a participação de estudantes de todo o país, oriundos da rede pública de ensino. Audiência com o presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Salão Negro do Congresso Nacional. Em discurso, à tribuna, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Se chegarmos lá na frente e identificarmos que é preciso mais tempo, vamos fazer a solicitação ao Executivo da retirada da urgência”, disse Pacheco  • 06/08/2024 - Pedro França/Agência Senado
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prega cautela no andamento do projeto da regulamentação da reforma tributária na Casa, e acredita que a votação da matéria só deve acontecer depois das eleições municipais, que ocorrem em outubro.

“Vamos discutir ao longo desses dois meses, mas acredito na sua apreciação, tanto na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] quanto no plenário, após as eleições municipais", disse Pacheco.

Evidentemente que vamos começar os trabalhos desde já, e, se for possível votar antes, tanto melhor. Se não for, o que não podemos fazer é de forma açodada apreciar um tema que é o mais relevante nacional nesse instante
Rodrigo Pacheco

Urgência

Aprovado em julho pela Câmara, o projeto será analisado pela CCJ do Senado e tramita em regime de urgência constitucional, solicitado pelo governo federal. A matéria tem um prazo de 45 dias para ser analisada a partir do despacho. Caso contrário, o texto passará a trancar a pauta do plenário.

O governo tem se mostrado resistente a retirar a urgência do texto. Por isso mesmo, Pacheco também quer conversar de novo com o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o relator da matéria, senador Eduardo Braga (MBD-AM).

A CNN apurou que os senadores também não enxergam a aprovação da regulamentação antes das eleições como factível.

Nesta terça-feira (6), Pacheco disse que poderia já despachar o texto nesta quarta (7), mas ainda há dúvidas se isso realmente será feito.

De toda forma, o presidente do Senado afirmou que, se o governo não retirar a urgência -- apesar da pressão de líderes --, a Casa deve analisar a matéria normalmente.

“Se chegarmos lá na frente e identificarmos que é preciso mais tempo, vamos fazer a solicitação ao Executivo da retirada da urgência”, disse.