Partidos trocam integrantes de CPI do MST; governo acredita ter maioria

Trocas envolvem partidos como União Brasil, MDB, PP e Republicanos; os dois últimos devem compor o primeiro escalão do governo com uma minirreforma prometida para este mês

Gabriela Prado, da CNN, em Brasília
Convidados deixam CPI do MST na sessão de 30 de maio
Negociações para as trocas visam garantir que o governo tenha mais controle das convocações  • TV Câmara
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A base governista negociou trocas de integrantes da CPI do MST com partidos do Centrão, e agora acredita que tem maioria na comissão.

As trocas envolvem partidos como União Brasil, MDB, PP e Republicanos. Os dois últimos devem compor o primeiro escalão do governo com uma minirreforma prometida para este mês.

“Com essas alterações, com certeza, temos maioria”, afirmou o deputado e membro suplente da CPI Alencar Santana (PT-SP).

O primeiro vice-presidente da CPI, Kim Kataguiri (União-SP), também reconheceu que o governo terá maioria, e que a estratégia da mesa diretora será seguir com as audiências já aprovadas.

O parlamentar afirmou que a sessão desta quarta-feira (9) não apreciou requerimentos para não dar vitórias ao governo. A comissão durou menos de três minutos.

“Enquanto não tivermos maioria, não vamos pautar requerimentos. Essas trocas foram uma demonstração de força do governo enquanto tenta acomodar o Centrão", disse Kim.

O deputado Nilto Tatto (PT-SP), membro efetivo da CPI, afirma que as constantes discussões acaloradas incomodaram os líderes partidários e o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“Foram muitas barbaridades. Inclusive, a convocação de Rui Costa [ministro da Casa Civil] sem ter um fato determinante fere a prerrogativa da comissão e é ruim para a imagem do parlamento”, comentou. As trocas já foram oficializadas nesta quarta-feira (9).

Trocas

Dos partidos envolvidos nas trocas, o União Brasil, por exemplo, vai trocar os deputados Alfredo Gaspar (AL) e Nicoletti (RR). Devem entrar os parlamentares Carlos Henrique Gaguim (TO) e Danilo Forte (CE).

As negociações para as trocas visam garantir que o governo tenha mais controle das convocações. Nesta quarta-feira (9), estava previsto o depoimento do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Como a CNN adiantou, o PT recorreu à Mesa Diretora da Câmara e o presidente Arthur Lira cancelou o depoimento.

Em publicação no Diário Oficial, Lira acatou um pedido de questão de ordem do deputado federal do PT e integrante da CPI Nilto Tatto para cancelar a convocação do ministro. Segundo o presidente da Câmara, não há correlação entre o assunto investigado pela CPI do MST e as funções da Casa Civil, comandada por Rui Costa.

O presidente da CPI do MST, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos- RS), afirmou que a decisão de Lira “abre um precedente perigosíssimo para a democracia representativa”.

“Ao negar provimento para a tomada de depoimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, abre-se um precedente perigosíssimo para a democracia representativa. A CPI é um instrumento das minorias parlamentares, para assegurar que o Legislativo cumpra sua função fiscalizatória sem que seja impedido ou constrangido pelos grupos políticos majoritários”, afirmou o deputado.

Com o cancelamento, a sessão desta quarta-feira (1), teve menos de três minutos de duração. O presidente afirmou que, por decisão da mesa da comissão, não haveria votação de requerimentos.

O depoimento do ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, está mantido para esta quinta-feira (10).

Veja também: A pedido do PT, Lira cancela depoimento de Rui Costa na CPI do MST