PM do Rio vê preocupação com "polarização" e pede reforço para motociata bolsonarista no fim de semana

Um documento interno da Polícia Militar do Rio de Janeiro mostra preocupação da corporação com a "polarização política" em meio aos preparativos para uma "motociata" de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) marcada para o final de semana, em cidades da Baixada Fluminense. Na agenda oficial do presidente, até o momento, não há confirmação da presença dele no evento.

No ofício, assinado pelo comandante do 20º Batalhão da PM, há preocupação com a possível participação de Bolsonaro – algo, até o momento, não confirmado pelos organizadores, de acordo com apuração da CNN - e com risco de "embates entre grupos opostos".

Há solicitação de apoio aéreo, presença do Batalhão de Choque e do grupo que faz controle de multidões, "considerando o atual estado de polarização política em que o país se apresenta, somado à proximidade do pleito eleitoral, o que pode ocasionar insegurança aos participantes e moradores da região e adjacências", diz trecho do documento da PM.

O comandante do Batalhão destaca que será preciso um "esforço maior" para reforçar o policiamento no dia da motociata e atuação na "prevenção de turbas, embates entre grupos opostos e outros delitos surgidos em consequência da grande concentração de público presente".

O texto recorda o histórico de motociatas realizados pelo país, "cujas estimativas de participantes giravam em torno de 5 mil motocicletas até 80 mil presentes". Nesse sentido, o Batalhão diz que não teria efetivo suficiente para policiar a cidade sem causar prejuízo ao dia a dia da corporação.

Procurada, a PM disse que "a Polícia Militar é uma instituição de Estado direcionada à Segurança Pública e suas ações são baseadas em estratégias voltadas para manter a ordem pública". Afirmou ainda que "o planejamento das ações de segurança seguem nessa direção independente da natureza do evento, seja político, esportivo ou cultural".