Quatro em cinco brasileiros estão preocupados ou muito preocupados com epidemia
Pesquisa mostra que os brasileiros com renda entre 3 e 5 salários mínimos são os mais preocupados com a doença

A epidemia do novo coronavírus deixa quatro entre cinco brasileiros preocupados ou muito preocupados, um índice superior ao registrado há duas semanas, conforme o instituto de pesquisa Ideia Big Data obtida em primeira mão pela CNN. Dos 1.555 entrevistados nos dias 24 e 25, via aplicativo mobile, 63% responderam estar muito preocupados e 19% preocupados, somando 81% – em levantamento semelhante concluído no dia 12, esse índice era de 65% (16 pontos porcentuais a menos). A margem de erro da pesquisa é de 4 pontos porcentuais para mais ou para menos.
A pesquisa também procurou saber se os brasileiros têm medo de contrair a doença. A resposta foi sim por parte de 69% dos entrevistados, ante 21% de não – outros 10% não souberam responder. Esse receio cresce entre pessoas das classes A e B (75%), entre os moradores da região Sudeste (73%), os que têm ensino superior (73%) e os com renda entre 3 e 5 salários mínimos (77%). Já entre os homens (25%), os moradores das regiões Sul e Norte (ambas com 27%) e entre os evangélicos (25%), há uma elevação das respostas negativas a esse medo.
No universo de pessoas preocupadas ou muito preocupadas com a epidemia, há mais eco entre as mulheres (85%) do que entre os homens (78%). A faixa etária que demonstra maior preocupação com o coronavírus é a de 18 a 29 anos, com soma de 84%.
Entre os entrevistados com mais de 50 anos, que englobam os idosos, 74% disseram estar preocupados ou muito preocupados, ante 13% que afirmaram estar pouco preocupados e 2% nada preocupados. Nessa faixa, porém, há o maior contingente de respondentes “não sei”, com 12%. Quando perguntados sobre o medo de ficar doente, um em quatro entrevistados negou esse receio.
Pelo recorte de renda, a pesquisa mostra que os brasileiros com renda entre 3 e 5 salários mínimos são os mais preocupados com a epidemia: a soma chega a 91% dos entrevistados. Esse público também é o que mais teme contrair a doença, com 77% de respostas afirmativas.
Quando se leva em conta a região do País, o Sudeste lidera o quesito agregado de maior preocupação com o COVID-19, somando 86% dos entrevistados, assim como os mais temerosos de contrair a doença, com 73%. Os moradores do Sul são os menos receosos nesse quesito, com 62% de respostas afirmativas e 27% negativas.