Radar Político: Planalto e Itamaraty têm expectativas diferentes sobre os EUA

Preocupações sobre mudanças nas relações com os Estados Unidos em caso de vitória democrata ocupam os Palácios

Da CNN
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No quadro Radar Político, da CNN Rádio, desta sexta-feira (6), Caio Junqueira, Fernando Molica e Igor Gadelha discutem a repercussão das eleições presidenciais nos Estados Unidos no governo brasileiro. 

Caio Junqueira comentou que há diferentes expectativas para o resultado nos palácios do Planalto e do Itamaraty. No Planalto, a possibilidade de vitória de Joe Biden, candidato democrata, é melhor recebida que em outras áreas do governo. As instruções do Planalto para o presidente Jair Bolsonaro seria de "não fazer movimentos bruscos" e parabenizar o vencedor, qualquer que seja.

Já no Itamaraty, o clima é mais tenso e de apreensão com uma possível derrota do republicano Donald Trump. A principal preocupação seria o alinhamento e relação que o governo brasileiro construiu com a administração Trump e uma possível mudança nesses laços com uma vitória da Biden.

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Fernando Molica destacou que um dos medos do governo gira em torno de uma pressão pela mudança da política ambiental e da política externa, e também de um constrangimento nas redes sociais pedindo pela demissão de Ricardo Salles, ministro do Meio-Ambiente, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores.

Cartela Radar Político - Rádio CNN
Caio Junqueira, Igor Gadelha e Fernando Molica comandam o Radar Político, na Rádio CNN
Foto: CNN Brasil

Igor Gadelha acrescentou que as expectativas do Planalto sobre quem sairá vitorioso do pleito mudaram desde a terça-feira (3), dia das eleições. "Se ontem a crença na vitória de Trump era forte, hoje essa visão está se flexibilizando com o avanço de Biden", afirmou o comentarista.

Eles também abordaram a reação do mercado financeiro a uma possível eleição de Biden. Apesar de Biden possuir uma política mais intervencionista, Molica lembra que o democrata não deixa de ser um conservador. A conquista da maioria no senado pelo Partido Republicano também pode acalmar os ânimos na economia, servindo de contrapeso aos gastos de Biden, caso vença.

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