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    Sessão que pode cassar Gabriel Monteiro começa com casa cheia, torcidas e vaias

    Dos 50 vereadores em atividade, 46 registraram presença; manifestantes lotaram galerias

    Pedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    Entre gritos de “fora estuprador” de um lado e “fake news” do outro, o relator Chico Alencar (PSOL) começou a ler seu parecer contra Gabriel Monteiro (PL). Ao longo dos primeiros minutos, inúmeras interrupções obrigaram o presidente Carlo Caiado (sem partido) a acionar diversas vezes o alarme pedindo silêncio.

    “Galerinha, mais uma vez, por favor, vamos respeitar o vereador. Quando ele terminar de falar vocês se pronunciam”, chegou a pedir Caiado por volta de 16:50. “É que a verdade incomoda, e quem não tem argumento berra”, comentou Alencar.

    Olhando de frente para a mesa diretora, ocupada pela cúpula da Câmara dos Vereadores do Rio, advogados de Gabriel Monteiro e o relator do processo no Conselho de Ética, os vereadores e a imprensa viram ser lotadas as duas galerias. À direita, apoiadores de Monteiro. À esquerda, militantes contrários a ele. Nos dois lados, gritos de protesto, faixas e cartazes.

    Clima muito diferente da sessão final de cassação do então vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho. Realizada um ano antes, a sessão culminou na perda de mandato e direitos políticos do parlamentar que, preso, não compareceu.

    Entre os vereadores, o clima é de incerteza. Diferentemente de Jairinho, colegas da Câmara já saíram publicamente em defesa de Monteiro. Em uma foto publicada nas redes sociais do vereador Marcelo Diniz (SDD) no início de agosto, Monteiro aparece ao lado dele e de outros três vereadores. Era festa de aniversário do vereador Chagas Bola (União Brasil).

    Vereadores ouvidos reservadamente pela CNN disseram não esperar que a unanimidade do Conselho de Ética se repita no plenário. Mas afirmaram não poder precisar a prévia do placar final ou, sequer da tendência, justamente pela força política e digital de Gabriel Monteiro, que conta com 4,4 milhões de seguidores em uma de suas principais redes, o Instagram.

    Candidato a deputado federal pelo PL do governador Claudio Castro e do presidente Jair Bolsonaro, Monteiro ainda não teve a candidatura deferida pelos tribunais eleitorais. Apesar disso, a leitura da procuradoria da Câmara é que, mesmo cassado, ele pode acabar eleito e empossado para Câmara Federal, em Brasília.

    O vereador é acusado de filmagem de cena de sexo explícito com adolescente de 15 anos, agressão e ameaça a pessoa em situação de rua, exposição vexatória de criança, e abuso sexual contra uma criança. Ele nega todas as acusações e se diz perseguido.

    “A minha vida, liberdade, estão leiloadas há anos, mexendo nos piores vespeiros, quem acha que eu faço isso por mídia não tem a menor noção dos problemas que entro ao combater essas máfias. Deus é testemunha o quanto sofro pelas consequências disso. Nada compensa uma vida sem paz”, disse Monteiro em maio, após o início desse processo.

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