Trump retiraria taxas se Congresso aprovasse anistia, apostam bolsonaristas

Projeto enfrenta resistências na Câmara e no Senado

Leandro Magalhães, da CNN, Brasília
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente Jair Bolsonaro no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ex-presidente Jair Bolsonaro no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida  • Foto: Tom Brenner/Reuters
Compartilhar matéria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retiraria a taxação de 50% sobre produtos brasileiros se o Congresso Nacional aprovasse o projeto de anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023 e que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa foi a aposta feita sob reserva por lideranças bolsonaristas com trânsito na direita americana em conversa com a CNN nesta quinta-feira (10).

O projeto de Anistia está parado no Congresso Nacional enquanto enfrenta resistência tanto na Câmara como no Senado. A pauta também não agrada ao Palácio do Planalto tampouco a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

A pauta da anistia é uma das principais bandeiras do partido de Bolsonaro no Legislativo.

Enquanto parlamentares da oposição afirmam que as penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro são "injustas", integrantes da base do governo criticam o projeto, argumentando que ele busca beneficiar Bolsonaro, réu no inquérito que apura a existência de um plano de golpe de Estado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (9) que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, serão respondidas “à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”.

Lula disse ainda que o processo judicial sobre suposto plano de golpe de Estado é de competência "apenas da Justiça Brasileira" e, portanto, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a decisão dos Estados Unidos de taxar em 50% as importações brasileiras como "política" e "insustentável".