Veja como é a rotina de Anderson Torres na prisão dois meses após detenção em aeroporto
Conheça os bastidores de como está o ex-ministro da Justiça na prisão

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, às 6h de 14 de janeiro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi preso.
Ele voltava de uma viagem de férias dos Estados Unidos e foi detido por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) suspeito de omissão nos atos criminosos do dia 8 de janeiro, nas sedes dos Três Poderes.
Passados exatos dois meses da prisão, o titular da pasta e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal permanece na cadeia, numa cela improvisada no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), no Guará (DF), cidade a 16 quilômetros de distância da Esplanada dos Ministérios.
Rotina e cela
Por ser delegado da Polícia Federal (PF), o ex-ministro tem direito a ficar recolhido em quartel ou prisão especial antes de uma eventual condenação definitiva.
No espaço de 20m² há TV, frigobar, banheiro de 2m², dois armários e uma beliche. O local tem uma janela com vista para árvores. O ambiente improvisado era, até então, a sala de Estado Maior, usada pelo comandante do batalhão.
A CNN apurou que o corredor de acesso à cela é isolado e monitorado 24 horas por policiais. A porta principal dá acesso a uma sala de reuniões, com um sofá - com assento rasgado - e uma mesa com quatro cadeiras.
Há, ainda, um alojamento ao lado, com uma antessala e um frigobar. No local também estão guardadas algumas roupas, medicamentos com receita médica, itens de higiene pessoal e água. Numa televisão, o ex-secretário assiste, na maior parte do tempo, ao noticiário.
Alimentação
A juíza Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do DF, autorizou que Torres receba alimentação de familiares e advogados, mas ele está sendo atendido pela refeição do Núcleo de Custódia Policial Militar (NCPM).
São quatro pratos por dia. De manhã, o café, com leite, pão, manteiga e fruta; 12h, o almoço, com arroz, feijão, salada e proteína; 17h, o jantar; e 21h, a ceia, uma fruta. Torres também tem acesso a um micro-ondas para caso precise esquentar algum alimento.
Investigação
O ex-ministro é investigado por suspeita de omissão durante os atos criminosos cometidos no dia 8 de janeiro nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, quando os prédios foram atacados e depredados. À época, Torres era secretário de Segurança do DF.
Nos depoimentos que deu à Justiça e à PF por quase dez horas, nos dias da prisão e 3 de fevereiro, o ex-secretário negou todas as acusações.
Em fevereiro, a defesa dele pediu a revogação da prisão preventiva, mas o ministro Alexandre de Moraes manteve a decisão.
Os advogados alegam que não há motivos que justifiquem a prisão e que o ex-ministro está disposto a entregar o passaporte e colocar à disposição da justiça os sigilos bancário, fiscal e telefônico.