Casos de chikungunya crescem 50% no Brasil em 2023; saiba como prevenir

Até o dia 20 de abril foram registrados 80.823 casos prováveis da doença no país, em quase 2 mil municípios

Lucas Rocha, da CNN, em São Paulo
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Os casos de chikungunya aumentaram de maneira expressiva no Brasil em 2023. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o dia 20 de abril foram registrados 80.823 casos prováveis de chikungunya no país, em quase 2 mil municípios, com 17 óbitos confirmados e 31 em investigação.

Nos três primeiros meses de 2023, houve um crescimento de 97% nas notificações da doença em comparação com o mesmo período de 2022. Em relação a abril, a alta é de 50% em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o ministério, o número de casos prováveis de chikungunya no Brasil em 2023 ultrapassou o limite máximo esperado, considerando a série histórica.

O informe mais recente do ministério, divulgado na quinta-feira (20), aponta que a região Sudeste apresenta o maior coeficiente de incidência. Os estados com maiores  números de casos são Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo.

Em Minas Gerais, por exemplo, foram registrados 48.794 casos prováveis de chikungunya, dos quais 18.494 foram confirmados. Até o momento, foram confirmados 11 óbitos pela doença no estado e outras 13 estão em investigação.

Já em Santa Catarina, o último informe epidemiológico da secretaria de Saúde aponta que foram notificados 299 casos suspeitos de chikungunya no estado. Desses, 18 foram confirmados. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram confirmados seis casos de chikungunya no estado, observa-se que em 2023 houve um aumento de 200% de confirmados.

As mortes confirmadas de chikungunya também estão concentrados na região Sudeste. O perfil dos óbitos confirmados é principalmente de homens (58,8%) acima de 69 anos (70,6%).

Emergência

Para monitorar o aumento de casos dengue, Zika e chikungunya no país, o Ministério da Saúde instalou, em março, o Centro de Operações de Emergências (COE), com o objetivo de elaborar estratégias de controle e redução de casos graves e óbitos.

“Identificamos crescimento em alguns estados, o que nos deixa alerta. Já estamos enviando equipes de campo para traçar um diagnóstico da situação nessas áreas e vamos reforçar o monitoramento do cenário das arboviroses em todo o país. Nossa prioridade é sensibilizar a população, para que assim possamos controlar o avanço da transmissão dessas doenças”, destacou Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, em comunicado.

Até o dia 20 de abril, foram notificados 799.870 casos prováveis de dengue, em 4.456 municípios. Desse total, 8.144 foram casos graves e com sinais de alarme. O índice representa um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado.

A região Norte apresenta o maior coeficiente de incidência de Zika, com destaque para Espírito Santo, Tocantins e Acre. Foram registrados até o momento no país 6.295 casos prováveis de Zika, em 538 municípios, um aumento de 289% em relação a abril de 2022.

Conheça os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti

A doença é caracterizada por sintomas como febre alta de início repentino e dores intensas nas articulações.

Apesar das semelhanças nos sintomas, a principal diferença entre a dengue e a chikungunya é a dor nas articulações, muito mais intensa na chikungunya, afetando principalmente pés e mãos, geralmente nos tornozelos e pulsos.

O diagnóstico deve ser feito por um médico e pode ser confirmado por exames laboratoriais específicos, que podem ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Como a doença é transmitida por mosquitos, a medida de prevenção inclui a eliminação dos criadouros nas casas e vizinhança, que consistem basicamente em locais de acúmulo de água parada (veja abaixo).