Fiocruz e FGV alertam para expansão da dengue em algumas regiões do país
Estudo destaca a importância do monitoramento da Região Sul, onde nos anos anteriores foi registrado surto da doença


Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) alertam para expansão nos casos de dengue no Brasil em 2022.
As informações do InfoDengue, sistema de armazenamento dos dados das instituições, mostram que a região Sul do país será a principal área de atenção neste ano.
Segundo a plataforma, o estado mais crítico é Santa Catarina, que do início dezembro até a segunda semana de janeiro deste ano, registrou 1.288 casos de dengue. Duas cidades do estado estão classificadas com epidemia da doença: a capital Florianópolis, e Joinville, cidade da região metropolitana com o maior PIB do estado.
“Surtos importantes de dengue ocorreram na região de Londrina/PR, Sengés/PR e Joinville/SC, no ano passado e anos anteriores, que podem indicar adaptação do vetor e alterações climáticas, tema que precisa ser mais bem investigado.”, explica a Fundação.
A Fiocruz aponta ainda que além do Sul do país, atualmente, outros três estados e o Distrito federal têm regiões em situação de atenção por conta da alta incidência para a doença. São elas: o noroeste de São Paulo/SP, região entre Goiânia/GO e Palmas/TO, passando pelo Distrito Federal/ DF. (Veja na imagem abaixo.)
O estado de São Paulo, nos últimos 45 dias, registrou 12.786 casos de dengue, e tem cinco cidades em situação de epidemia para a doença, o estado com maior número de municípios neste quadro. Segundo a Fiocruz, em 2021, o estado de São Paulo também teve atividade aumentada de dengue, na região noroeste, capital e baixada santista.
No Tocantins, foram 5.556 casos da doença desde o início de dezembro, e o estado possui duas cidades em situação de epidemia para a doença. O Distrito Federal registrou 2.701 casos de dengue, 18 casos de Chikungunya, 4 casos de zika, e está em estado de atenção para essas doenças.
Os períodos chuvosos juntamente ao calor são favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya. Segundo a coordenadora do InfoDengue, Claudia Codeço, é importante fomentar projetos de pesquisa na área de entomologia para estudar as mudanças de comportamento do Aedes aegypti.
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Conheça os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, Zika e chikungunya • Josué Damacena/IOC/Fiocruz
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Pneus • Breno Esaki/Agência Saúde DF
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Piscinas • Breno Esaki/Agência Saúde DF
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Calhas • Tony Winston/MS
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Caixa d'água • Tony Winston/MS
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Ralos • Rodrigo Nunes/MS
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Lonas • Rodrigo Nunes/MS
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Vasos de plantas • Breno Esaki/Agência Saúde DF
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Quaisquer tipos de objetos que possam acumular água parada • Breno Esaki/Agência Saúde DF
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Garrafas destampadas • Breno Esaki/Agência Saúde DF
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Materiais de construção que possam acumular água parada • Breno Esaki
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Entulho • Cristine Rochol/PMPA
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Vaso sanitário sem uso • Giorgio Trovato/Unsplash
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Bandeja de ar-condicionado • Gervyn Louis/Unsplash
“A antecipação do período de transmissão em alguns estados traz preocupação e pode levar a incidências altas, se não for feito o controle adequado dos vetores”, afirma a pesquisadora.
Os pesquisadores do InfoDengue também apontam para o padrão de ocorrência da dengue no país em 2021, em particular na parte Oeste do Brasil, desde o Acre até o Mato Grosso, fato que coincidiu com a alta circulação do vírus em países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, ressaltando a importância de vigilância forte e articulada nas fronteiras.
* Sob supervisão de Isabelle Resende