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    O que se sabe sobre a vacina Jynneos contra a varíola, aprovada pela Anvisa

    Imunizante é destinado a adultos com 18 anos ou mais, com esquema recomendado de duas doses a serem administradas com quatro semanas de intervalo

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na quinta-feira (25), a importação e utilização da vacina Jynneos contra a varíola dos macacos no Brasil. A decisão por unanimidade da diretoria colegiada da agência dispensa o registro do imunizante para uso no país.

    A vacina deve chegar ao Brasil a partir de setembro, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo o ministro Marcelo Queiroga, serão priorizados os profissionais de saúde que apresentam maior risco de exposição, como aqueles que atuam diretamente na manipulação de amostras do vírus e no tratamento de pessoas diagnosticadas com a doença.

    A vacina MVA-BN, também chamada de Jynneos, Imvamune ou Imvanex, é produzida pela empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, sendo um dos principais imunizantes comercializados e já em uso em parte da Europa e nos Estados Unidos no atual surto da doença que afeta mais de 90 países.

    Sobre a vacina Jynneos

    Considerada de terceira geração, a vacina Jynneos apresenta perfil de segurança aprimorado e apresenta menor capacidade de provocar reações adversas. A formulação utiliza linhagens atenuadas do vírus vaccinia modificado da cepa Ankara, que está relacionado ao vírus da varíola.

    O imunizante é destinado a adultos com 18 anos ou mais, com esquema recomendado de duas doses a serem administradas com quatro semanas de intervalo. A vacina possui prazo de até 60 meses de validade quando conservada entre -60 e -40°C.

    Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, afirmam que atualmente não há dados disponíveis sobre a eficácia clínica da vacina.

    “Como existem limitações em nosso conhecimento sobre a eficácia da vacina no surto atual, as pessoas vacinadas devem continuar a tomar medidas para se proteger da infecção, evitando contato próximo, pele a pele, incluindo contato íntimo, com alguém que tem monkeypox”, diz o CDC.

    Aprovação internacional

    O imunizante da Bavarian Nordic foi licenciado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão semelhante à Anvisa dos Estados Unidos, para a prevenção da infecção pelo vírus da varíola dos macacos.

    A vacina é aprovada na União Europeia desde 2013 para a prevenção da varíola comum. Em julho, o Comitê de Medicamentos Humanos (CHMP, em inglês) da Agência de Medicamentos Europeia (EMA) recomendou estender a indicação da vacina para incluir a proteção de adultos contra a monkeypox.

    Nos EUA, o CDC recomenda que as doses de MVA-BN devem ser priorizadas para aquelas pessoas que estão em risco de doença grave por varíola dos macacos (como pessoas com HIV ou outras condições de comprometimento imunológico).

    O que diz a OMS sobre vacinação

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a vacinação em massa contra a varíola dos macacos não é necessária nem recomendada no momento. As orientações atualizadas sobre imunização contra a doença foram publicadas em um guia divulgado na quarta-feira (24).

    A OMS recomenda a vacinação de maneira preventiva para pessoas que podem ter sido expostas, aquelas que tiveram contato com casos confirmados, de preferência dentro de quatro dias após a exposição para prevenir o aparecimento da doença.

    Já a vacinação preventiva primária é recomendada pela OMS para pessoas com alto risco de exposição, incluindo, mas não se limitando a homens gays ou bissexuais que fazem sexo com homens ou pessoas com múltiplos parceiros sexuais, profissionais de saúde em risco, equipes de laboratório que trabalham com ortopoxvírus, que realizam testes de diagnóstico para monkeypox e pessoas que possam estar em risco, de acordo com a política de cada país.

    A OMS recomenda que os programas de vacinação devem ser apoiados por vigilância completa e rastreamento de contatos e acompanhados por uma forte campanha de informação. Além disso, as decisões sobre o uso de vacinas contra varíola ou varíola devem ser baseadas em uma avaliação completa dos riscos e benefícios caso a caso.

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