Amazon anuncia acordo com companhias de foguetes para lançar satélites de internet
Contratos incluem um total de até 83 lançamentos, que a Amazon está chamando de um dos maiores acordos de lançamento comercial já assinados
A Amazon está movendo seus negócios para a exosfera, com planos de implantar mais de 3 mil satélites para transmitir conectividade à Internet em todo o planeta. Nesta terça-feira (5), a empresa anunciou acordos com três empresas de foguetes que lançarão esses satélites.
O acordo inclui dois construtores de foguetes veteranos — United Launch Alliance, que é uma joint venture entre a Boeing e a Lockheed Martin, e a empresa europeia Arianespace — bem como a Blue Origin, empresa de foguetes iniciada pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, que ainda está trabalhando para desenvolver um foguete capaz de atingir a órbita.
Bezos continua sendo o presidente executivo da Amazon.
Os contratos incluem um total de até 83 lançamentos, que a Amazon está chamando de um dos maiores acordos de lançamento comercial já assinados. Os lançamentos ocorrerão ao longo de cerca de cinco anos.
Todos os três foguetes que a Amazon planeja usar para essas missões ainda não estão em operação, mas devem entrar em serviço ainda este ano ou 2023. Os detalhes financeiros não foram divulgados.
Notavelmente ausente da lista de fornecedores está o SpaceX de Elon Musk. Embora a SpaceX tenha trabalhado para dominar a indústria de lançamento comercial com seus foguetes reutilizáveis, espera-se que o negócio de internet baseado no espaço da Amazon, chamado Projeto Kuiper, concorra diretamente com o próprio negócio de internet via satélite da SpaceX, Starlink.
A Starlink está bem à frente do Project Kuiper e de outros concorrentes, pois a empresa já implantou mais de 2.000 satélites e assinou com mais de 145.000 clientes em todo o mundo, disse a SpaceX em janeiro.
Não é incomum, no entanto, que uma empresa espacial lance um satélite no foguete de um concorrente. A SpaceX assinou um acordo para lançar satélites para a OneWeb, com sede no Reino Unido, que está construindo mais uma constelação de satélites da Internet em órbita baixa da Terra, a área de órbita que se estende por cerca de 1.200 milhas da superfície da Terra.
A OneWeb fez esse acordo depois que seu contrato de lançamento anterior, que envolvia o uso de foguetes russos, foi cancelado em meio à guerra ucraniana.
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O primeiro bilionário a ir para o espaço foi Charles Simonyi, responsável por construir as primeiras versões do Microsoft Office. Simonyi fez duas viagens à Estação Espacial, em abril de 2007 e março de 2009, que custaram ao bilionário cerca de US$ 60 milhões. Na foto, ele flutua no módulo Harmony da Estação Espacial Internacional. • Reprodução/Nasa
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A partir da esquerda, temos: Charles Simonyi, Gennady Padalka e Michael Barratt, caminhando em direção ao ônibus que os levará ao centro espacial de Baikonur, Cazaquistão, em março de 2009. • Reprodução/Nasa
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Em setembro de 2009, mais um bilionário viajava rumo ao espaço: Guy Laliberte, empresário canadense fundador do Cirque Du Soleil. Guy pagou US$ 35 milhões para ir à Estação Espacial Internacional em setembro de 2009. • Sergei Remezov/The Canadian Press
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Competindo com Jeff Bezos, Richard Branson, fundador da empresa de aeronáutica Virgin Galactic, viajou mais de uma semana antes que o CEO da Amazon, em 11 de julho de 2021. Bezos criticou o equipamento utilizado por Branson, e até disse que o concorrente não foi ao espaço, pois não ultrapassou a linha de Karman (100 km de distância do nível do mar). • Divulgação/Instagram
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Avião espacial VSS Unity, utilizado na viagem suborbital da Virgin Galactic. Branson tem planos de iniciar sua operação comercial esse ano, realizando até 400 voos por ano. Cerca de 600 passageiros já garantiram sua vaga nas aeronaves da Virgin Galactic— pagando entre US$ 200 mil e US$ 250 mil. • Virgin Galactic/ Divulgação
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Cerca de uma semana depois de Branson, Jeff Bezos, fundador da Amazon e da empresa de astronáutica Blue Origin, embarca com mais três acompanhantes para o espaço em julho de 2021. Bezos levou seu irmão, Mark Bezos; Wally Funk, pioneira da aviação e uma das primeiras mulheres treinadas pela Nasa; e Oliver Daemen, jovem holandês que pagou cerca de US$ 2,8 milhões para ir. A viagem durou 10 minutos e custou ao CEO US$ 5,5 bilhões. • Divulgação/Instagram
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Foguete New Shepard, que levou Jeff Bezos e seu tripulantes ao espaço. O nome foi dado em homenagem ao astronauta Alan Shepard, o primeiro americano a ir ao espaço em 1961. • Divulgação/Instagram
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Jared Isaacman, bilionário, empresário e piloto estadunidense, foi ao espaço em setembro de 2021, com uma peculiaridade: a tribulação foi formada sem nenhum astronauta profissional a bordo. Isaacman encomendou a viagem à SpaceX, pagou todas as despesas e convidou três pessoas parta acompanhá-lo. A viagem custou ao bilionário cerca de US$ 200 milhões. • Divulgação/Instagram
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Isaacman admira o foguete SpaceX que levará sua tripulação ao espaço. A missão foi batizada de Inspiration4. • Divulgação/Instagram
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O bilionário japonês fundador da ZozoTown, maior shopping online de moda do Japão, Yusaku Maezawa, passou 12 dias na Estação Espacial Internacional em dezembro de 2021. Depois de gastar cerca de US$ 80 milhões nesta viagem, Maezawa afirma que não será a útlima: ele já alugou um foguete SpaceX para uma viagem ao redor da Lua prevista para 2023, com convidados que ele ainda está selecionando. • Divulgação/Instagram
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Foguete que lançou o bilionário japonês ao espaço, junto com Yozo Hirano, cineasta e amigo de Maezawa. Os dois foram os primeiros turistas a visitar a estação espacial desde 2009. • Divulgação/Instagram
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Sergey Brin (à esquerda, na foto), cofundador da Google, também tem seus planos para viajar ao espaço. Em 2008, o bilionário tornou-se investidor da Space Adventures por meio de um depósito de US$ 5 milhões. Esse dinheiro pode ser usado para um futuro voo espacial orbital, mas não está claro se ou quando Brin planeja a viagem. • Wikimedia Commons
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Os gêmeos Winklevoss, primeiros bilionários do Bitcoin, já garantiram suas passagens junto a celebridades como Angelina Jolie e Tom Hanks nas aeronaves da Virgin Galactic, empresa de Richard Branson. O pagamento foi realizado com a criptomoeda: o par de bilhetes custou cerca de US$ 500 mil, e foram comprados em janeiro de 2014. • Divulgação Instagram
Acredita-se que Bezos e Musk, no entanto, tenham um relacionamento particularmente tenso, com Musk muitas vezes divulgando suas farpas para Bezos no Twitter e suas empresas envolvidas em uma competição tensa por contratos de alto nível com a NASA e os militares dos EUA.
O Projeto Kuiper da Amazon está em desenvolvimento tranquilo há anos. Reguladores federais deram aprovação para a empresa lançar seus satélites em 2020, e poucas atualizações concretas foram compartilhadas desde então.
Sob o acordo anunciado na terça-feira, a Arianespace, que tem foguetes orbitais em operação, mas planeja usar seu próximo foguete Ariane 6 para lançamentos do Projeto Kuiper, assinou um acordo para 18 missões.
A ULA ficou com a maior parte do negócio, com planos para 38 lançamentos. A ULA usará seu foguete Vulcan Centaur, que estava programado para voar no início de 2022, mas foi adiado por problemas de desenvolvimento com os motores que usará — o motor BE-4, que será construído pela Blue Origin de Bezos.
O Vulcan Centaur poderá voar pela primeira vez ainda este ano.
A Blue Origin também usará o BE-4 para seu foguete New Glenn, que agora está planejado para entrar em serviço em 2023. A Amazon assinou um acordo para 12 lançamentos nesse veículo quando estiver pronto para voar.
Não está claro até que ponto o Projeto Kuiper está no processo de desenvolvimento. Essas constelações envolvem tecnologias de satélite sofisticadas, bem como terminais terrestres complexos que podem rastrear os satélites que transmitem a Internet à medida que circulam pelo planeta.
“Ainda temos muito trabalho pela frente, mas a equipe continuou a atingir marco após marco em todos os aspectos do nosso sistema de satélite”, disse o vice-presidente sênior de dispositivos e serviços da Amazon, Dave Limp, em comunicado.