5 curiosidades da Fontana di Trevi, uma das atrações mais visitadas de Roma
Famosa fonte italiana tem sítio arqueológico no subsolo, já foi cenário de filmes e possui até réplica no Brasil

A lenda é antiga e já virou hábito entre os turistas que visitam Roma: quem joga uma moeda na Fontana di Trevi pode ter um desejo realizado e garante o retorno à Cidade Eterna.
Por isso, milhões de visitantes repetem o gesto todos os anos, mantendo viva uma tradição que virou quase um ritual coletivo. Tem quem vá com fé ou por diversão, e tem também quem quer apenas tirar uma foto, admirar as esculturas ou reviver uma cena de cinema.
O cenário faz jus à fama. Esculturas barrocas emolduradas pelo som constante da água cativam os olhares atentos de uma multidão que, em qualquer hora do dia ou da noite, ocupa cada centímetro ao redor da fonte. Em horários de pico, a circulação chega a ser controlada.
Se a ideia é viver o momento com mais calma e, quem sabe, garantir uma foto perfeita, a sugestão é ir bem cedo, ao amanhecer, ou pela madrugada, quando a cidade desacelera.
É difícil estimar quantos turistas visitam a fonte diariamente, mas, no ano passado, Roma viu a passagem de 51,4 milhões de viajantes, segundo dados do Ente Bilaterale del Turismo del Lazio. Assim, é possível que uma grande parcela desse número tenha dado uma passadinha na Fontana.
Em 2025, o Vaticano espera que até 32 milhões de turistas passem pela capital italiana somente para o Jubileu - o que fará com que o movimento do ponto turístico aumente ainda mais. Além disso, a fonte foi um dos locais visitados em Roma na 10ª temporada do CNN Viagem & Gastronomia, como parte de um giro cultural e gastronômico pela capital italiana.
As curiosidades
Uma pergunta recorrente é: vale a pena enfrentar a multidão? A resposta é: sim! Passear por Roma é como atravessar um museu a céu aberto com seus monumentos históricos imponentes.
E ali, no coração do centro, a Fontana di Trevi se destaca como uma das obras mais cativantes. Não só pela beleza, mas pelas histórias que carrega. Mas afinal, quando, por que e para quem foi construída? Para onde vão as moedas jogadas ali todos os dias? Existe alguma réplica fora da Itália?
Confira 5 curiosidades sobre a Fontana di Trevi:
-
Há um sítio arqueológico escondido no subsolo

O que pouca gente imagina é que debaixo da Fontana di Trevi existe um pedaço preservado da Roma Antiga. O Vicus Caprarius, ou "A Cidade da Água", é um sítio arqueológico aberto ao público que revela estruturas residenciais e hidráulicas datadas do século I d.C.
Entre os achados estão pisos em mármore, fragmentos de ânforas e encanamentos conectados ao Acqua Vergine, o aqueduto que abastece a fonte até hoje. Visitar o subsolo é como fazer uma pequena viagem no tempo, descendo das multidões do presente para o silêncio das ruínas romanas.
O ingresso integral sai por 4 euros (cerca de R$ 26). Visitas guiadas saem por 8 euros (R$ 52), com reserva antecipada. O funcionamento ocorre de terça a domingo, das 11h às 17h, no número 25 da Vicolo del Puttarello.
-
Foi construída a pedido de um Papa
A história da atual Fontana di Trevi começa no século XVIII, quando o Papa Clemente XII decidiu renovar a fonte que existia ali desde o Renascimento. Em 1732, ele lançou um concurso público para escolher o novo projeto, vencido pelo arquiteto Nicola Salvi.
A obra levou cerca de 30 anos para ser concluída e só foi inaugurada oficialmente em 1762, já sob o papado de Clemente XIII.
O monumento é uma verdadeira celebração do estilo barroco romano: ao centro está a estátua do deus do Oceano (Netuno) em uma carruagem em forma de concha, puxada por dois cavalos marinhos — um calmo e outro agitado — representando o humor do mar. Toda a composição foi pensada para mostrar o poder e a abundância da água.
-
A fonte ficou famosa no cinema
A fama internacional da Fontana di Trevi foi selada em 1960, quando serviu de cenário para uma das cenas mais icônicas da história do cinema.
Em "La Dolce Vita", de Federico Fellini, a personagem Sylvia (Anita Ekberg) entra na fonte durante a madrugada e chama por Marcello Rubini (Marcello Mastroianni). A cena foi filmada no inverno, e a água estava gelada, mas se tornou símbolo da liberdade, do desejo e da beleza eterna de Roma.
A fonte também aparece em outros filmes, como "A Fonte dos Desejos" (1954), que ajudou a popularizar a tradição de jogar moedas.
-
Moedas têm destino solidário
Jogar uma moeda na Fontana di Trevi pode parecer apenas um gesto simbólico, mas o impacto vai muito além. Estima-se que os turistas lancem cerca de três mil euros por dia na fonte — o que totaliza mais de 1 milhão de euros por ano.
Esse valor é recolhido regularmente pela Prefeitura de Roma e destinado à Caritas, uma organização da Igreja Católica que apoia projetos sociais, como centros de acolhimento, distribuição de alimentos e programas de inclusão.
-
Há uma réplica da Fontana de Trevi no interior de São Paulo

Em 2023, a cidade de Serra Negra (SP), conhecida por suas águas termais e clima ameno, inaugurou uma versão brasileira da fonte com 11 metros de altura e 370 metros quadrados de área. A estrutura foi instalada no centro da cidade, na Avenida Deputado Pomeu Campos Vergal, e rapidamente se tornou um novo cartão postal.
Apesar de não ter os detalhes esculturais do original, a réplica atrai turistas, casais e curiosos. Segundo a prefeitura, o monumento teve investimento de R$ 1,6 milhão com objetivo de impulsionar o turismo no município.
Quanto custa para visitar a fonte?
A visita à Fontana de Trevi é gratuita, mas discussões indicam que isso pode mudar em breve, com a possível cobrança de uma taxa simbólica para ajudar a preservar o local diante do turismo em massa.
Autoridades italianas passaram a aventar no ano passado a possibilidade da cobrança de 2 euros (cerca de R$ 13) para que turistas cheguem perto do monumento.