Líder do PT diz que prisão era “previsível” e que Bolsonaro provocou STF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-SP), classificou como “previsível” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, diante das atitudes do ex-presidente, o ministro ficou sem alternativas a uma medida deste tipo.
“Eu acho que é uma decisão previsível, porque a política do Bolsonaro era uma política de provocação. Reiteradamente descumprindo e testando. Já havia tido aquele fato aqui, da tornozeleira eletrônica”, ressaltou Lindbergh.
O líder do PT afirmou que há, atualmente, uma organização criminosa que trabalha contra o Brasil. “O Eduardo Bolsonaro por várias vezes disse que participou de tudo, reconheceu em entrevistas que sabia que ia ter tarifas, aplaudiu todo aquele processo”, completou.
À CNN, Lindbergh ainda chamou atenção para trechos da decisão em que Moraes indica uma “traição nacional” da família Bolsonaro ao buscar ajuda dos Estados Unidos. “Eles estão utilizando… para chantagear e livrar o Bolsonaro… uma potência estrangeira e estão ameaçando todo o Brasil”, disse.
“Essa família Bolsonaro está envergonhando o Brasil. Então eu vejo esses atos deles mais como um desespero. Eles provocaram essa prisão e o ministro Alexandre de Moraes não tinha outra saída”, destacou. “O que eles querem fugir é da condenação definitiva, do julgamento”.
Anistia na Câmara
Lindbergh afirmou que há “chance zero” de que a Câmara dos Deputados vote o projeto de lei que trata da anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro. Segundo ele, o assunto deve voltar à discussão na próxima reunião de líderes, mas será enfrentado. “Seria ceder a uma chantagem explícita”, disse.
Na reunião de líderes, que ocorre na próxima quinta-feira (7) devem entrar em pauta ainda, por iniciativa dos governistas, a possibilidade de abertura de processo de cassação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e perda de mandato de Carla Zambelli (PL-SP).