Implante milimétrico cerebral para reduzir tremores e outros sintomas

Você sabia que já existem milhares de pessoas no mundo com implantes de eletrodos cerebrais (pequenos fios dentro da cabeça) para o tratamento da doenças? Mesmo sendo um método realizado há quase quatro décadas, e amplamente amparado pela ciência médica séria, ainda parece ficção científica para muita gente.

Estamos falando da Estimulação Cerebral Profunda, mais conhecida pela sua sigla inglesa “DBS” (“Deep Brain Stimulation”) ou, ainda, como “marca-passo cerebral”. Quem sofre com problemas como Doença de Parkinson, Tremor Essencial e Distonia pode ser beneficiado.

Uma bateria de menos da metade do tamanho da maioria do “smartphones” fica implantada abaixo da pele, na parte de cima da região peitoral, e de um a dois fios bem delicados passam, também debaixo da pele, de modo discreto, até a cabeça. Ali, sempre escondidos, atravessam pequenas entradas (mais ou menos do tamanho de confetes) e conseguem seguir pelo tecido cerebral com uma espessura de menos de um milímetro e meio (um pouco maior do que uma agulha de costura) até regiões muitíssimo específicas.

Para conseguir tamanha precisão, o neurocirurgião utiliza-se de métodos de imagem avançados, réguas adaptadas à cabeça e microeletrodos que “leem” as ondas cerebrais (para que o médico escute e veja os traçados no computador). Além disso, ele pode realizar estímulos sofisticados com o próprio eletrodo que está sendo implantado durante a cirurgia, enquanto o paciente está acordado, com anestesia local para não sentir dor. Isso é feito para confirmar que os sintomas em questão estejam diminuindo, sejam eles tremores, rigidez, lentidão ou outros. Ainda é possível evitar que estímulos indesejados comprometam funções cerebrais como os movimentos e a fala.

Nas primeiras décadas do método, era muito pouco acessível no Brasil. Hoje, felizmente, já podemos dizer que as instituições que regulamentam a saúde a viabilizaram. Muita gente tem direito a ele e não sabe disso.

Um dos grandes desafios do presente é difundir a informação, já que pacientes, famílias e mesmo profissionais da saúde que lidam diretamente com essas doenças desconhecem informações a esse respeito. É uma pena quando temos uma tecnologia tão útil e bem estudada a nosso alcance e deixamos de usufruir dela.

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