Análise: Trump indica que pode dar ultimato ao Irã
Declarações recentes do presidente mostraram possibilidade de enviar autoridades para negociações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem dando sinais claros de que está se preparando para lançar um ultimato ao Irã, com o objetivo de forçar o fim do crescente conflito no Oriente Médio.
“Estou buscando uma capitulação completa do Irã”, declarou Trump a repórteres a bordo do Air Force One, durante o voo de retorno a Washington, após deixar antecipadamente a reunião do G7 no Canadá.
Ele acrescentou que deseja “um fim real” para o problema nuclear com Teerã.
“O Irã não pode ter uma arma nuclear, é muito simples”,
Esse ultimato poderia ser transmitido pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, ou pelo vice-presidente J.D. Vance.
O líder americano indicou que pode destacar um deles, ou até ambos, para encontros com autoridades iranianas.
Ao abandonar precocemente o G7, o presidente afirmou que retornaria aos Estados Unidos para se dedicar às questões do Oriente Médio.
Trump também usou as redes sociais para negar declarações do presidente francês Emmanuel Macron, que havia sugerido que o retorno estaria ligado a negociações para um cessar-fogo entre Israel e Irã.
Segundo o republicano, sua volta estaria relacionada a algo “muito maior” do que um simples cessar-fogo.
Busca por alternativas
Com a possibilidade do cessar-fogo praticamente descartada, a lógica indica que a intenção do presidente seria intimidar o regime iraniano com a ameaça de uma força militar esmagadora, exigindo a rendição total de suas ambições militares e nucleares.
A ameaça concreta envolveria autorizar bombardeios diretos contra instalações militares iranianas.
Para isso, os EUA poderiam usar suas chamadas bunker buster bombs — bombas anti-bunker de alto impacto, desenhadas para destruir estruturas subterrâneas reforçadas, como centros de comando, silos de mísseis e instalações nucleares.
Como Israel não possui armamentos desse tipo, a destruição de instalações nucleares iranianas dependeria do envolvimento americano direto no conflito.
Além do ultimato, Trump ainda teria outras alternativas para lidar com o conflito.
Outras opções em jogo
Uma delas seria pressionar ambos os lados a um cessar-fogo imediato, ameaçando o Irã com ataques aéreos e condicionando o apoio militar a Israel a um recuo coordenado.
Outra possibilidade seria tentar engajar Teerã em uma nova negociação nuclear, com o apoio de potências europeias ou árabes.
Essa opção demandaria reativar canais diplomáticos desgastados e oferecer incentivos econômicos ou garantias de segurança — algo que não combina com o estilo político de Trump.
Por fim, há a possibilidade de um desengajamento total dos Estados Unidos, deixando Israel e Irã “resolverem sozinhos” o conflito, sem nenhuma mediação americana.
No entanto, essas últimas alternativas parecem ter pouca força diante do atual presidente.
Trump ainda não anunciou oficialmente quais serão seus próximos passos, mas, conforme indicou no G7 e em suas declarações ao retornar a Washington, sua paciência parece estar no limite.
“Eles sabem o que têm que fazer”,
A questão que permanece é se Teerã recuará diante da pressão e da intimidação que está por vir.