
Marina Silva critica aumento de gastos militares e cobra ação climática
Ministra do Meio Ambiente alerta para contradição entre investimentos em defesa e omissão diante da emergência ambiental global

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou a decisão dos líderes de alguns dos principais países do mundo de aumentar os gastos militares e cobrou mais investimentos no combate à emergência climática.
Marina conversou com exclusividade com a CNN Brasil durante sua visita a Londres para participar da London Climate Action Week, na mesma semana em que os países membros da OTAN anunciaram que vão ampliar os gastos com defesa para 5% do PIB até 2035.
Segundo a ministra, o aumento dos investimentos em armamentos revela uma contradição grave diante da urgência da crise climática, que ainda recebe atenção e financiamento insuficientes por parte da comunidade internacional.
“Deveríamos estar fazendo guerra contra a pobreza, contra o clima, contra a desinformação, contra a perda dos empregos”, afirmou Marina.
“Mas infelizmente estão acontecendo guerras que ceifam vidas inocentes e civis em completa barbárie, ao mesmo tempo em que minamos o terreno da cooperação e drenamos recursos para o que não pode ser”, disse ela.
Para a ministra, a escalada militarista dos países ricos ignora o verdadeiro risco global: o colapso ambiental.
Ela alertou que, enquanto se multiplicam os orçamentos voltados à defesa, faltam investimentos em soluções que poderiam garantir um futuro sustentável e próspero, como energia limpa, agricultura de baixo carbono, bioeconomia e indústria verde.
“A mudança do clima é uma guerra silenciosa”, disse.
Marina também fez uma crítica dura à omissão dos líderes que reconhecem a gravidade da emergência climática, mas não adotam medidas à altura.
“Há duas formas de negacionismo: a de quem nega a realidade e a de quem, mesmo sabendo do diagnóstico, se omite. Quando a realidade exige uma atitude clínica e não agimos, o que temos é uma atitude cínica”, afirmou.



