Ala do PDT critica líder e diz que decisão por sair da base não foi unânime
A decisão de deixar a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou um racha na bancada do PDT da Câmara dos Deputados, que resultou em um bate-boca no grupo de WhatsApp dos deputados pedetistas, na noite de quarta-feira (7).
Uma ala considerada mais governista, da qual fazem parte os deputados Dorinaldo Malafaia (AP) e Duda Salabert (MG), cobrou o líder do PDT, Mário Heringer (MG), por declarar que foi unânime a decisão do partido de sair da base.
Segundo relatos à CNN, indignado com as cobranças, Heringer teria proferido palavras de baixo calão a Malafaia, além de chamar o parlamentar de “mentiroso”, “dissimulado”. Outros deputados tentaram contornar o mal-estar no grupo.
Malafaia tem dito publicamente que não concordou com a decisão do líder de anunciar a saída do PDT, e agora exige uma retratação.
“O problema é que decidimos uma coisa e ele falou outra coisa. Nunca falamos em ruptura. Falamos em apoio crítico e caminhos para 2026. A questão é: o que vai prevalecer? A fala do líder ou a decisão unânime da bancada de permanecer na base? Esse é o impasse hoje”, afirmou Dorinaldo Malafaia, à CNN, nesta quinta-feira (8).
Sob a condição de reserva, outros integrantes da bancada afirmam que Malafaia não acompanhou a reunião desde o início e deixou de compreender a nova posição de independência anunciada pelo partido.
Perguntado sobre a discussão na bancada, Heringer evitou comentários. “Desculpe, vou tratar disso internamente. Até onde for possível”, disse à CNN.
A CNN apurou que integrantes da cúpula do PDT entraram em campo para combater a crise e alinhar a posição da bancada.
O ex-ministro Carlos Lupi, que pediu demissão na semana passada do Ministério da Previdência, participou da reunião que definiu a saída do partido da base aliada. Lupi teria se manifestado contra, mas respeitado a posição da bancada.
Diante do impasse, uma nova reunião da bancada do PDT da Câmara poderá ocorrer na próxima terça-feira (13).