Lula, ONGs e STF: a conversa entre Filipe Barros e membro do governo Trump
Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara se reuniu com conselheiro sênior do Departamento de Estado dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Filipe Barros (PL-PR), aproveitou o encontro com o conselheiro sênior do Departamento de Estado dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita, na terça-feira (6), para criticar a política internacional do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)..
Em conversa com o integrante do governo de Donald Trump, Barros disse que classificou como um “desastre” a conduta do Brasil no relacionamento com os EUA. Citou a questão tarifária como exemplo de crise que poderia ter sido resolvida de outra forma pelo governo brasileiro.
“A agenda foi extremamente positiva, tratamos de diversos assuntos. Estamos fazendo aquilo que o governo Lula deveria estar fazendo: estabelecer relação com integrantes do governo americano. Levando em consideração o alinhamento do governo Trump com a direita brasileira, colocamos nossa preocupação enquanto país e os pontos de interseção dos interesses brasileiros com os americanos”, disse à CNN.
Ao fazer uma apresentação sobre o Brasil, Barros afirmou que o país, por meio do Supremo Tribunal Federal (STF), vem descumprindo acordos internacionais, dos quais os EUA também são signatários, ao mandar prender os responsáveis pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023.
Autor da lei que quer restringir a ação de ONGs estrangeiras no Brasil, Barros aproveitou para manifestar apoio à decisão de Trump de acabar com programas financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Para os trumpistas, a estratégia é uma forma de conter o pensamento progressista no mundo.
Barros pediu ainda ajuda de Pita para estreitar a relação entre parlamentares dos dois países. A Comissão de Relações Exteriores quer realizar uma missão oficial aos EUA ainda no primeiro semestre, antes do recesso parlamentar, previsto para julho.