Instituto Aço Brasil diz apostar no diálogo como em 2018 para reverter taxa
Entidade ressalta que negociação atendeu a interesses brasileiros e americanos


O Instituto Aço Brasil, principal entidade empresarial brasileira de aço, divulgou uma nota na tarde desta quarta-feira (12) na qual diz manter a expectativa de que o diálogo aberto pelo governo brasileiro com os Estados Unidos reverta a taxa imposta pelos americanos no produto tal qual ocorreu em negociação semelhante em 2018.
“A despeito da entrada em vigor da tarifa de 25% para importação de aço nos Estados Unidos, o Instituto Aço Brasil e as empresas associadas mantêm a expectativa de que, com a abertura do canal de diálogo pelo governo brasileiro com o governo norte-americano, seja possível prosseguir com as negociações para reestabelecer as bases do sistema de importação construído no primeiro governo de Donald Trump com o Brasil, em 2018, e que vigorou até esta terça-feira (11/3)”, diz a nota.
De acordo com eles, foi justamente uma negociação liderada pelo governo brasileiro em 2018 também com Trump que permitiu a reversão de uma sobretaxa ao produto.
“Pelo mecanismo, importações de aço brasileiras mantiveram-se isentas de imposto de importação, desde que respeitadas as cotas de entrada de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e 687 mil toneladas de laminados por ano. Durante todo o período de vigência do acordo, na modalidade ‘Hard Quota’, os volumes estabelecidos pelas cotas foram rigorosamente respeitados”, afirmou o instituto em nota.
Eles declararam ainda que a negociação em 2018 atendeu a interesses brasileiros e também americanos.
“Ressalte-se, como já dito, que a negociação de 2018 atendeu não somente o interesse do Brasil em preservar o acesso a seu principal mercado externo do aço, mas também o da indústria de aço dos Estados Unidos. Em 2024, o Brasil respondeu por quase 60% da demanda das usinas dos Estados Unidos por placas, de 5,6 milhões de toneladas”, diz a nota.
Por fim, disseram que “O Aço Brasil reafirma que o não reestabelecimento do acordo trará perdas não só para a indústria de aço brasileira, mas também para a indústria do aço norte-americana”.
Trump taxou o aço brasileiro em 8 de março de 2018, no governo Michel Temer.
O Brasil decidiu na ocasião negociar para que seu produto não fosse alvo. A negociação caminhou até o dia 31 de maio de 2018, quando houve uma nova decisão de Trump sobretaxando o alumínio.