Análise: Voto útil escancara dificuldade de conquistar eleitor
Pedir voto útil faz parte do jogo. Vender a ideia de que é uma obrigação, não é
Um crescente movimento pelo voto útil tomou conta da campanha eleitoral país afora.
Ele escancara desde dificuldades de políticos como Lula e Bolsonaro transferirem votos, até divisões nos eleitorados à esquerda e à direita.
Em São Paulo, por exemplo, Ricardo Nunes teme ser superado por Pablo Marçal e vende a ideia de que só ele derrota a esquerda no segundo turno.
Guilherme Boulos, por sua vez, teme passar para a história como o primeiro candidato de esquerda a não ir para o segundo turno e vende a ideia de que os eleitores de Tabata Amaral votem nele.
O problema é que o apelo ao voto útil é um instrumento tão antigo quanto questionável. Primeiro, porque impede o eleitor de votar no seu candidato preferido. Segundo, porque impede que as ideias e propostas do candidato preferido ganhem força no debate público.
Pedir voto útil faz parte do jogo. Vender a ideia de que é uma obrigação, não é.