Caio Junqueira
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Caio Junqueira

Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

William Waack

Análise: O novo grande acordo nacional nasce sob risco

Costurado pelo centro do espectro político, com consultas a ministros do STF, ele prevê a troca de uma anistia ampla, geral e irrestrita

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ao lado do ex-senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do ex-presidente Michel Temer  • Instagram / @brunozambelli.sp
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O novo grande acordo nacional com o STF (Supremo Tribunal Federal), abrangendo todas as questões, começou a ser articulado na noite de quinta-feira (18), na residência do ex-presidente Michel Temer (MDB), em São Paulo.

Esse acordo foi costurado pelo centro do espectro político, com consultas a ministros do Supremo, e prevê a troca de uma anistia ampla, geral e irrestrita pela redução das penas dos condenados pelos eventos do dia 8 de janeiro de 2023 e pela conspiração golpista.

Além disso, sugere que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpra sua sentença em prisão domiciliar. No entanto, os extremos reagiram ao longo desta sexta-feira (19).

Os bolsonaristas reafirmaram que só aceitam o perdão total, incluindo o ex-presidente. Já os petistas se incomodaram com os protagonistas da negociação, os mesmos que apoiaram a queda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e com o conteúdo do acordo, entendido por eles como uma capitulação ao Centrão e à direita.

Sem o consenso entre os dois lados, as chances de aprovação diminuem, assim como aumentam as possibilidades de o país continuar refém dessa agenda.