Diplomata dos EUA indica em SP que levará à Casa Branca revisão de tarifaço
Ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf disse à CNN que Escobar transmitirá a superiores resumo de reunião com Tarcísio e empresários paulistas
O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, sinalizou na manhã desta terça-feira (15), no Palácio dos Bandeirantes, que vai levar à Casa Branca a demanda para que o tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras seja revisto pelo presidente Donald Trump.
A informação foi dada à CNN pelo ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, organizador do encontro com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Ele ouviu atentamente a todos e disse, em português, que vai levar essa mensagem à Casa Branca. Ele reconheceu que há uma relação antiga do Brasil com os Estados Unidos e disse que os Estados Unidos têm respeito e consideração pelo Brasil. Naturalmente, ele vai transmitir aos superiores o resumo da reunião”, disse Skaf à CNN.
Segundo Skaf, Escobar falou ainda “que o Brasil é um país importante para os Estados Unidos e que haverá um esforço de entendimento”. “Ele foi construtivo e simpático”, complementou.
De acordo com Skaf, a reunião contou com cerca de 20 grandes empresários de setores exportadores para os Estados Unidos, como aviação comercial, café, celulose, suco de laranja e aço. Houve um entendimento de que cada um, com seus contatos, deve buscar o setor privado americano para ajudar no esforço para que a Casa Branca reveja o tarifaço.
Ele disse ainda que Tarcísio “abriu a reunião fazendo uma apresentação técnica, mostrando claramente como a relação comercial se encontra e que há um déficit nessa relação entre Brasil e Estados Unidos”.
Para ele, “o tom foi o tempo todo construtivo, de união, da necessidade de um esforço conjunto dos empresários com os governos estadual e federal, e com o setor privado americano”.
“O resumo é que houve o entendimento de que a relação entre Brasil e Estados Unidos é histórica, e os dois países têm cadeias integradas que resultam de uma relação que não nasceu de um dia para o outro. Qualquer fato que possa comprometer esse patrimônio tem que ser evitado por meio da negociação e do entendimento”, declarou Skaf à CNN.
Ele também ressaltou que não há concorrência entre a iniciativa paulista e a federal.
“Todo esforço é válido: governo federal e estadual com o objetivo de que essa medida imposta não entre em vigor. O espírito da reunião em São Paulo foi construtivo. Ninguém está concorrendo com ninguém. São Paulo fez a reunião, e outros estados também podem fazer, para tudo virar uma grande sinergia. Não é hora de divisão, mas de multiplicação”, disse.
Além de Tarcísio e Skaf, participaram da reunião Arthur Lima, Secretário-Chefe da Casa Civil, e Jorge Lima, Secretário de Desenvolvimento Econômico.
O Cônsul-Geral dos Estados Unidos em São Paulo, Benjamin Wohlauer, e Natalia Arenas, Chefe Adjunta da Seção Político-Econômica da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil também estiveram no encontro.
Do setor privado, estiveram representantes da Ciesp, ABICS (Associação Brasileira de Café Solúvel) , ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne), Café Olam, Café Solúvel LDC, Caterpillar, Cecafé, Cooxupe, Cosan, Cetsesp, Cutrale, Eisa Grupo Ecom, Embraer, Minerva, Sylvamo, Usiminas e NKG Stockler.
Veja a seguir a nota de Paulo Skaf enviada à imprensa
O empresário Paulo Skaf participou, na manhã desta terça-feira (15), de uma reunião no Palácio dos Bandeirantes com o governador Tarcísio de Freitas, o Sr. Gabriel Escobar — encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil — e um grupo de 20 empresários de diversos setores estratégicos da economia, como aviação, suco de laranja, café, máquinas, madeira, setor sucroalcooleiro, entre outros.
A reunião foi considerada muito positiva e ocorreu em clima de diálogo construtivo. O encontro representou um passo importante para o fortalecimento das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos, reforçando uma parceria histórica de mais de 125 anos — construída sobre confiança mútua e sobre a sólida integração de cadeias produtivas entre os dois países.
Durante o encontro, foi destacado que todos os esforços devem ser feitos no campo diplomático para superar os impactos das novas tarifas anunciadas pelo governo norte-americano. O momento exige maturidade, firmeza e cooperação: é fundamental que se esgotem todas as medidas de negociação e que o diálogo prevaleça, sempre com base nos interesses da economia real e da competitividade da indústria brasileira.