Planalto e Itamaraty veem erro em comunicado de González na Venezuela
Leitura de interlocutores foi que documento complicou a situação dos agentes do Brasil, México e Colômbia que trabalhavam pelo diálogo
Fontes do Planalto e do Itamaraty consideraram um erro o comunicado de Edmundo González, que pede para ser proclamado vencedor das eleições e na qual assina a declaração como “presidente eleito da Venezuela”.
A leitura de interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de diplomatas brasileiros é a de que o comunicado complicou a situação dos agentes do Brasil, México e Colômbia que trabalhavam pelo diálogo.
Avaliam ainda que a oposição venezuelana errou no tempo do comunicado e no seu conteúdo.
Há críticas aos apelos reiterados aos militares presentes no comunicado e ao que foi considerado um atropelo às gestões que estavam em curso para abrir diálogo.
Além disso, entende-se que a linguagem do comunicado permitiu leitura de uma autoproclamação como presidente, que a diplomacia brasileira considera que não está no texto.
Avaliam ainda que, diante disso, mudou muito o cenário em relação a ontem.
Se na noite de domingo havia na mesa da diplomacia brasileira um cardápio de opções sendo estudados, como a ida de chanceleres de Brasil, México e Colômbia até a Venezuela para dialogar com Maduro e com a oposição; ou mesmo a ideia de um telefonema conjunto de Maduro com presidente Lula, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o presidente do México, Lopes Obrador, seguido de um contato com representantes da oposição, essas possibilidades também perderam força.