Análise: Datena veste figurino de candidato, mas apresentador fala mais alto
Jornalista foi o terceiro convidado da série CNN Entrevistas com candidatos à Prefeitura de São Paulo
José Luiz Datena largou na campanha eleitoral deste ano cercado de desconfiança sobre sua permanência na disputa pela Prefeitura de São Paulo. No terceiro dia da série de entrevistas da CNN com candidatos, o jornalista tentou visivelmente vestir figurino de candidato. Garantiu que seguirá na campanha até o fim, tentou modular o discurso e adotar um tom mais propositivo. Mas, em geral, o apresentador de televisão continuou falando mais alto.
Datena não escondeu em momento algum o desconforto de estar na condição de entrevistado. Ele próprio admitiu que tinha dificuldade de ouvir as perguntas inteiras dos jornalistas da CNN antes de começar a responder. E reconheceu que era um exercício constante para ele dar respostas mais sucintas. Diante dos questionamentos sobre a cidade, o jornalista até tinha alguns números e dados na ponta da língua. E se mostrou mais confortável em detalhar algumas propostas. Mas também se embaralhou em algumas outras.
Foi difícil, por exemplo, explicar como funcionaria na prática a ideia de conceder benefícios tributários a empresas que gerem empregos. O jornalista desviou ainda de questionamentos sobre a responsabilidade de gestões de seu próprio partido na cidade em manter contratos investigados por supostas irregularidades, seja na área de transportes ou na gestão de creches. Chegou a dizer que não pode responder pelo PSDB antes de sua entrada na sigla lhe dá legenda.
Ao fim da entrevista, o apresentador gentilmente aceitou gravar com a equipe de redes sociais da CNN. Quando perguntado sobre o que achou da entrevista, ele imediatamente respondeu, ao melhor estilo Datena apresentador: “Uma bosta”. Diante dos risos de todos dentro do estúdio, ele brincou e pediu para regravar a resposta. E, em meio a elogios rasgados aos entrevistadores, disparou, ao estilo Datena candidato: “Foi uma maravilha”.