Clarissa Oliveira
Blog
Clarissa Oliveira

Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

Análise: direita especula nomes para vice de Tarcísio

Sinais do governador na direção do Planalto alimentam possibilidades para chapa em 2026

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo  • Pablo Jacob/Governo do Estado de SP
Compartilhar matéria

Bastou Tarcísio de Freitas (Republicanos) dar alguns sinais na direção da corrida ao Planalto no ano que vem para que se abrisse nos bastidores uma disputa velada pelo posto de número dois numa eventual tentativa presidencial. A bolsa de apostas é bem variada.

Tem quem ainda espere que Jair Bolsonaro (PL) dê as cartas na composição, priorizando, quem sabe, um nome da sua própria família. Mas outras opções começam a despontar com mais força.

Há no entorno do governador paulista a avaliação de que uma composição mais ampla da direita tende a falar mais alto. A tese, aqui, é que o próprio Bolsonaro tenderia a reconhecer que um aliança com o centrão aumentaria expressivamente as chances de vitória.

 

 

Um palpite é que o posto de vice poderia ficar com a federação composta por PP e União Brasil.

Há quem fale no nome do ex-ministro Ciro Nogueira, presidente nacional do PP.

Mas há também quem insista que nenhum nome nesse grupo é mais competitivo que o de Tereza Cristina (PP-MS).

A senadora e ex-ministra agregaria atributos importantes à candidatura: tem relação direta com o agronegócio, tem excelente trânsito mais ao centro e daria uma sinalização positiva ao eleitorado feminino.

Mas as especulações passam também por outra legenda considerada altamente estratégica para a eleição do ano que vem: o PSD de Gilberto Kassab.

Se o partido aceitasse aderir integralmente a uma candidatura do governador, a retribuição certamente viria alta. Mas pesa, nesse caso, o fato de o PSD possuir uma base heterogênea, com muitos de seus líderes alinhados ao governo Lula.

Por conta disso, há quem avalie que o mais provável seja uma composição envolvendo candidaturas a governos estaduais. Em especial, o governo de São Paulo.

O vice de Tarcísio no Estado, Felício Ramuth, é filiado ao PSD e assumiria o governo em caso de saída de Tarcísio para concorrer ao Planalto.

Mas, para além do atual vice, o próprio Kassab é apontado como possível candidato a governador e teria muito a ganhar com um endosso de Tarcísio. O hoje secretário passou os últimos anos dedicado a desenvolver o PSD, mas já manifesta há tempos o interesse em voltar a disputar eleições.

A ideia de que Bolsonaro poderia insistir em algum nome da família no posto de vice perdeu força nas últimas semanas, na visão de alguns aliados de Tarcísio.

Um dos fatores é a escalada pública das tensões entre o governador e o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que está à frente da campanha envolvendo o tarifaço nos Estados Unidos.

Ainda assim, o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) aparece com força nas conversas. Ela é tida por setores da direita como alguém capaz de elevar uma candidatura de Tarcísio a outro patamar.

Levaria consigo não só a base mais fiel a Bolsonaro, como também parcela expressiva do eleitorado evangélico e também do público feminino. Mas a aposta para Michelle, ao menos segundo alguns interlocutores do governador, ainda é mais forte na direção de uma candidatura ao Senado.