Clarissa Oliveira
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Clarissa Oliveira

Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

Política foi elemento fundamental no julgamento de Moro, dizem fontes

Para integrantes do meio jurídico e membros do governo, pluralidade de argumentos e possibilidade de insegurança jurídica pesaram a favor do senador

Senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no Plenário do Senado Federal, em 8 de abril de 2024
Senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no plenário do Senado Federal  • Jefferson Rudy/Agência Senado
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O contexto político e o trabalho de convencimento conduzido nos bastidores nos últimos meses tiveram papel fundamental no julgamento do senador Sergio Moro (União-PR), avaliam fontes do meio jurídico e governistas ouvidas pelo blog.

Um sintoma desse cenário, segundo esse entendimento, é que os magistrados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apoiaram-se em argumentos distintos para rejeitar a cassação do mandato do senador.

No julgamento de ontem, ministros do tribunal se revezaram em argumentações que vão desde o entendimento de que a cassação seria uma pena dura demais para a conduta de Moro até a tese de que uma eventual condenação poderia criar insegurança jurídica.

O resultado do julgamento de ontem foi visto com alívio por alguns setores do governo Lula.

Sob reserva, um aliado do presidente admitiu em conversa com o blog que o debate sobre uma eleição suplementar no Paraná viria em má hora para o Planalto, que já se alterna entre a urgência da agenda econômica, a aproximação das eleições municipais e a resposta à tragédia no Rio Grande do Sul.

Um ministro do Supremo ouvido sob reserva disse que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já expressou preocupação com a ideia de uma nova disputa eleitoral no Paraná neste momento. No geral, segundo ele, havia mais movimentos contrários do que a favor de uma cassação de Moro.