Aliados de Bolsonaro vão reforçar pressão por sanções, anistia e blindagem
Reações serão respostas à condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão em regime fechado
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado nesta quinta-feira (11) a 27 anos de prisão em regime fechado, vão intensificar as reações contra o STF (Supremo Tribunal Federal) em três frentes: sanções, anistia e blindagem.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que há meses vem trabalhando junto ao governo americano por sanções contra autoridades brasileiras, disse em suas redes sociais que vai "virar esse jogo".
Ele ressaltou que, para isso, conta com a ajuda do presidente Donald Trump: "Ainda bem que temos como aliado o homem mais poderoso do mundo e a gente vai virar esse jogo, pode ter certeza".
A expectativa de Eduardo é que o governo americano aplique a Lei Magnitsky contra a advogada Viviane Barci, esposa do ministro-relator da ação do plano de golpe, Alexandre de Moraes.
Também é esperada uma nova onda de cancelamento de vistos de familiares de ministros da Suprema Corte, parlamentares e integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O filho de Bolsonaro começa a trabalhar, também na Europa, para que países governados por líderes de direita proíbam a entrada de ministros do STF e seus familiares.
Enquanto o deputado trabalha no exterior por sanções, parlamentares no Brasil intensificam a pressão no Congresso Nacional. Eles prometem impedir o avanço de qualquer pauta que não seja um projeto de lei de anistia ampla e capaz de livrar Bolsonaro da cadeia.
A pressão está focada no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que ele coloque a proposta para apreciação do plenário.
Caso a anistia seja aprovada na Câmara, a oposição promete obstruir os trabalhos no Senado até que o presidente, Davi Alcolumbre (União-AP), também leve o texto a votação.
Além da anistia, deputados e senadores de direita vão retomar a articulação pelo avanço da PEC das Prerrogativas, ou seja, a proposta de emenda à Constituição que blinda os legisladores ao obrigar que investigações e prisões contra parlamentares sejam aprovadas previamente pelo Congresso.
Enquanto isso, as pautas prioritárias do governo vão ficando escanteadas, como as discussões sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.