Fernando Nakagawa
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Fernando Nakagawa

Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

Imposto para bilionários: 3.000 pessoas pagariam e arrecadação somaria US$ 250 bi por ano

Defensor da ideia, o economista Gabriel Zucman fez uma apresentação no G20, mas admite que consenso geral sobre o novo tributo é “utopia”

  • Unsplash/ Kostiantyn Li
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Três mil pessoas teriam de pagar o novo imposto para bilionários e o novo tributo poderia levantar US$ 250 bilhões por ano. Os números foram apresentados pelo economista francês Gabriel Zucman durante a reunião financeira do G20 em São Paulo.

Ele reconhece que um acordo global para a cobrança do imposto é utópico, mas acredita que há espaço para avançar com o tema.

Professor da Universidade de Berkeley e grande defensor de um imposto internacional para super ricos, Zucman foi o convidado do Brasil para apresentar números e detalhar a proposta defendida pela presidência do G20 aos ministros de economia e chefes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo.

Aos presentes, explicou que a aplicação de um imposto sobre a renda — como acontece com trabalhadores e a classe média — seria de difícil aplicação porque não há clareza no conceito de renda para essas pessoas muito ricas.

Por isso, a proposta de Zucman é cobrar um imposto de 2% sobre a riqueza dessas 3.000 pessoas. Essa alíquota geraria US$ 250 bilhões por ano.

O economista explicou que boa parte da riqueza do grupo é de fácil aferição, já que está expressa em ações de empresas listadas em bolsa de valores ou participação acionária em companhias fechadas, mas que têm similares com valor de mercado em bolsa.

Uma parcela menor está em outros ativos menos líquidos, como terras e obras de arte.

Questionado sobre a possibilidade de o G20 avançar com o tema, o economista respondeu com a lembrança de que há alguns anos era improvável a adoção de uma alíquota mínima de imposto de renda para as grandes empresas.

No ano passado, porém, houve acordo internacional de mais de 100 países para o imposto de 15% para grandes empresas.

“Não sei se será em um, dois, cinco ou 20 anos, mas acredito um dia vamos acordar e ouvir no rádio que chegamos a um acordo. Isso (o imposto) faz parte da sustentabilidade social e das democracias”.

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