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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    CNN Brasil Money

    Horror e volta ao século 18: o que pensam banqueiros do Brasil sobre Trump

    André Esteves fala em horror econômico, geopolítico e moral; Armínio Fraga diz que ideias defendidas são de séculos atrás

    Horror, volta ao século XVIII e uma bagunça. Esse é o resumo da avaliação do governo Donald Trump feita por alguns dos mais bem sucedidos brasileiros que estiveram na Brazil Conference 2025, eventual anual organizado por alunos de Harvard e MIT.

    “Estou achando um horror o que está acontecendo nos Estados Unidos. Horror econômico, horror geopolítico e horror moral”, disse o banqueiro André Esteves, principal sócio do BTG Pactual.

    O mesmo tom foi adotado pelo ex-banqueiro central Armínio Fraga. “Trump traz assuntos que estavam resolvidos na virada do século XVIII para o XIX. Isso não é pouco”, disse.

    Esteves e Fraga lamentaram a mudança nos EUA e como isso vai gerar impactos para além da economia. “Os EUA sempre foram uma espécie de modelo, estrela-guia para o que o resto do planeta fossem bem”, disse Fraga, ao citar que essa referência está se perdendo.

    O ex-presidente do BC lembra que a história recente do planeta foi construída com referências do pós-guerra. “Do que era a ordem global que nasceu em Breton Woods, não sobrou nada. Não sobrou nada. Não existe diálogo dentro das instituições para que se possa discutir de forma civilizada e avançar. Isso está fora do cardápio hoje”.

    Já André Esteves lembrou que muitos governantes defendem a “ideia antiga” da industrialização. “Há uma certa obsessão com a reindustrialização. Não tenho essa obsessão”, disse.

    O principal acionista do BTG Pactual argumenta que o conceito de “industrialização” ou “sofisticação” da economia mudou muito.

    O banqueiro lembra de uma visita que fez a uma fazenda no Mato Grosso. Lá, contou, são usados sofisticados sistemas de tratamento da área plantada e para a colheita do algodão. Esteves argumenta que esses processos são mais complexos que muitas indústrias.

    Quem também criticou Trump foi Jorge Paulo Lemann. O terceiro brasileiro mais rico e sócio do 3G Capital demonstrou contrariedade com as idas e vindas das decisões.

    “Acho que coisas estão muito bagunçadas para o meu gosto. Eu acredito em disrupção com chacoalhadas, mas acho que está chacoalhando muito”, disse durante o evento.

    Sem citar Trump, Lemann reconheceu que as mudanças podem até gerar um resultado razoável no futuro, mas a incerteza é muito grande atualmente.

    “Temos uma disrupção muito grande e temos de esperar… O resultado pode até ser ‘ok’, mas não sabemos quando tempo a incerteza vai continuar”, disse a uma plateia lotada de estudantes e pesquisadores.

    A CNN viajou a convite da Brazil Conference

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