Brasil tem que defender América do Sul, diz Amorim sobre Venezuela e EUA
Assessor especial do presidente Lula defende tom crítico contra americanos, e minimiza impacto na tentativa do Brasil de mediar a crise
O Brasil precisa se posicionar sobre a Venezuela diante da possível ação militar dos Estados Unidos no país sul-americano. A defesa foi feita por Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo com a iniciativa brasileira de ser um interlocutor no caso.
“Nós temos que defender a América do Sul. Nós vivemos aqui”, disse Amorim, que participa da COP30, em Belém.
Para Amorim, o tema está “praticamente na fronteira” com o Brasil. “Nós estamos discutindo uma coisa que é na nossa fronteira, praticamente”.
Ao ser questionado pela CNN se o recente posicionamento crítico do presidente Lula sobre o assunto não pode atrapalhar a intenção de o Brasil ser moderador da crise, Amorim indicou que o mais importante, no caso, é defender a região.
“O Brasil tem fronteiras com dez países da América do Sul. É diferente. Não estamos discutindo uma coisa distante, que você pode discutir por razões humanitárias, políticas ou geopolíticas”, respondeu o ex-chanceler.
No fim de semana, o presidente Lula viajará à Colômbia para participar da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos). Essa participação foi anunciada de última hora e o próprio presidente citou que a situação da Venezuela será debatida.
“A reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra dos EUA”, disse Lula a jornalistas em Belém, antes da COP.



