Para Brasil, aceno de Trump reduz risco de guerra comercial
Avaliação de assessores e diplomatas é de que ameaças do americano fazem parte de estratégia de negociação
O aceno do presidente americano Donald Trump de uma diálogo harmonioso com a China reduziu as expectativas de deflagração de uma nova guerra comercial.
Em participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Trump reconheceu a necessidade de renegociar tarifas, mas baixou o tom quanto à imposição de novas alíquotas sobre todos os produtos importados indiscriminadamente.
Durante sua campanha, Trump falou em uma sobretaxa de 60% para mercadorias da China e de 10% para os demais fornecedores.
O discurso foi bem recebido por assessores e diplomatas do governo brasileiro.
Para eles, após o período eleitoral, Trump iniciou, desde quinta-feira (23), uma postura de presidente, não de candidato.
E sinalizou que as ameaças que fez durante a campanha eleitoral, na verdade, fazem parte de estratégia de abertura de negociações para melhorar as condições comerciais dos Estados Unidos.
A viagem ao Panamá do secretário de estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, também foi vista por negociadores brasileiros como um sinal de que o presidente americano não levará adiante uma postura de truculência.
Como definiu à CNN um experiente diplomata, Trump é um “homem de negócios”. E aprendeu que o endurecimento do diálogo é um primeiro passo para abrir um canal de diálogo para se chegar a um meio-termo.
Uma eventual invasão do Canal do Panamá, por exemplo, é vista por diplomatas americanos como improvável. E faria parte também de uma tentativa de negociação para a redução de tarifas.
A fala de Trump defendendo uma redução da carga de juros mundial também foi bem vista no governo brasileiro.
A queixa sobre o atual patamar da taxa de juros no Brasil é também alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).