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Uribe tem duas paixões: política e café. Cobriu 4 presidentes e 4 eleições presidenciais. E acorda todo dia às 5h da manhã para trazer em primeira mão os bastidores do poder

Em carta, Zambelli diz ter atuado contra indicação de Moraes ao STF

Documento, escrito a mão de dentro do presídio da Itália, foi enviado a jornalistas pela defesa da deputada licenciada

Deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP)
Deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP)  • Mário Agra/Câmara dos Deputados
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A defesa da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) divulgou nesta semana uma carta escrita à mão pela parlamentar, que está presa na Itália desde o dia 29 de julho.

No documento, a parlamentar afirma ser vítima de perseguição por ter atuado contra a indicação do ministro Alexandre de Moraes para o STF (Supremo Tribunal Federal), em 2017.

“Alexandre de Moraes queria minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [Michel] Temer, com colegas ativistas, para não indicá-lo para o STF”, disse.

O texto aparece datado em 3 de outubro. A defesa da parlamentar, no entanto, afirma que houve um equívoco na escrita. A data real seria 3 de setembro, um dia após o depoimento de Eduardo Tagliaferro prestar depoimento ao Senado.

Tagliaferro é ex-assessor do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e investigado pelo vazamento de mensagens trocadas entre servidores do gabinete de Moraes.

Aos senadores, o perito acusou o magistrado de fraudar a elaboração de documentos que embasaram operação da Polícia Federal. Na ocasião, o gabinete do ministro rebateu as acusações e afirmou que todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos.

Zambelli afirma que o depoimento de Tagliaferro reforça sua inocência.

“Espero e estou confiante de que conseguirei provar que isso não passa de perseguição política e sou inocente. E se tiver que passar por tudo o que estou passando para ajudar o Brasil a ser um país livre e democrático, podem contar sempre comigo”, escreveu.

A CNN procurou Moraes para comentar pontualmente sobre a carta de Zambelli, mas o ministro não quis se manifestar.

Condenada pelo STF a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Zambelli está detida na prisão feminina de Rebibbia, em Roma. Ela deve passar por uma nova audiência ainda neste mês. A defesa da parlamentar tenta evitar que ela seja extraditada e responda ao processo na Itália.

Veja a integra da carta divulgada pela defesa de Zambelli:

A carta escrita pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) •
A carta escrita pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) •