Governo tenta evitar que crítica de Lula afete a COP30
Para auxiliares, caberia ao petista fazer nova fala em defesa do Ibama
A crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Ibama foi classificada como “exagerada” até mesmo por assessores do governo.
A avaliação, feita de maneira reservada, é de que o presidente poderia ter defendido a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, mas sem críticas diretas ao órgão ambiental.
A preocupação é de que, além de ter criado uma saia-justa com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), o presidente coloque em xeque a defesa ambiental em ano de COP30, que será realizada no Brasil.
Por isso, para blindar a conferência climática, assessores presidenciais defendem que o petista faça uma nova declaração, amenizando a anterior. E também defendendo a atuação técnica do órgão federal.
Marina evitou responder a Lula nesta quarta-feira (12). Na pasta, a avaliação, neste momento, é de que é melhor deixar o episódio arrefecer.
As negociações para a exploração da Foz do Amazonas já estavam avançadas, com a Petrobras tendo atendido a pedidos do Ibama para a complementação dos estudos.
Por isso, a declaração de Lula pegou de surpresa até mesmo quem defende a exploração de petróleo na Região Norte.
Na semana que vem, Lula se reunirá com a Casa Civil e com o Ibama para autorizar a Petrobras a iniciar estudos sobre a exploração de petróleo.
Não é a primeira vez que declarações do presidente tem atrapalhado o governo. Recentemente, as críticas do petista à responsabilidade fiscal pressionaram o dólar.
E colocaram o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em saia-justa.