Petistas veem em reforma chance para renovar esquerda
Lula tem avaliado nomear políticos com potencial nas urnas para futuras eleições presidenciais
As mudanças anunciadas e estudadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reforma ministerial fazem parte de um esforço do petista de renovação da esquerda.
A avaliação é feita por dirigentes do partido, segundo os quais o presidente manifestou recentemente preocupação com falta de nomes competitivos diante do crescimento da direita.
Com quase 80 anos, Lula não tem escondido que, ano que vem, caso de fato seja candidato à reeleição, seja sua última disputa eleitoral como postulante a um mandato.
E que a esquerda, como PT, PSOL e PSB, precisa de nomes fortes, inclusive, para a disputa presidencial.
No PT, os três nomes hoje considerados favoritos de Lula São Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
Por isso, o presidente decidiu nomear a dirigente nacional da sigla para um posto estratégico no Palácio do Planalto. Para Lula, Gleisi merece uma chance de se provar uma articuladora hábil.
Até 2026, tanto Haddad como Camillo são citados como nomes fortes para a Casa Civil caso Lula decida trocar Rui Costa. O atual ministro, porém, tem a confiança do presidente para seguir por enquanto à frente do cargo.
Nas demais siglas, Lula vislumbra capital político em três nomes: Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e João Campos (PSB). Os dois primeiros são cotados para cargos ministeriais.
O último tem o apoio de Lula para se candidatar a governador de Pernambuco. E a última pesquisa Genial/Quaest mostrou que Campos tem chances de vencer a disputa.
Em conversas reservadas, Lula já disse que pode não ser candidato no ano que vem. Ele tem observado, porém, que, para isso, é necessário que se viabilize um nome competitivo na esquerda para não garantir o retorno da direita.