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    Isabel Mega
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    Isabel Mega

    Mineira, gosta de uma boa prosa. Filha do rádio, ouve, observa e explica as complexidades da política direto de Brasília

    Alcolumbre tenta desatar nó com recusa de Pedro Lucas a ministério

    Aliados falam em nome técnico e até mesmo de fora do União para nova indicação

    Após a recusa de Pedro Lucas (União Brasil-MA) ao convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o deputado assumisse o Ministério das Comunicações, resta ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tentar desatar nós e assegurar o controle da pasta ministerial.

    Governistas afirmam que, antes de qualquer decisão sobre a pasta, é preciso ouvir Alcolumbre. Se aposta, inclusive, que uma nova indicação não deve vir de nomes da bancada da Câmara, mas de um nome técnico de confiança de Davi e que não necessariamente precisa estar filiado ao União.

    O “não” do deputado federal e líder da bancada da sigla na Câmara gerou constrangimento.

    Pedro Lucas chegou a se reunir com o presidente Lula antes do feriado de Páscoa, o que foi interpretado pelo Palácio do Planalto como um “sim” do deputado para compor o time da Esplanada dos Ministérios.

    Após o encontro entre os dois, no início do mês, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), chegou a anunciar que o parlamentar assumiria o comando da pasta.

    Aliados próximos já alertavam que Pedro Lucas poderia fazer uma desfeita ao convite de Lula e não aceitar a vaga, uma vez que a bancada não estava pacificada quanto à indicação do deputado para o posto.

    O deputado é da cota do presidente do partido, Antonio Rueda, mas teve a chancela de Davi Alcolumbre, que foi quem o levou até Lula.

    O presidente do Senado tentava costurar uma troca de posições, com Juscelino Filho (União-MA), que deixou o Ministério das Comunicações após denúncias de corrupção, voltando a ser deputado e assumindo a liderança da bancada na Câmara no lugar de Pedro Lucas.

    Os deputados, no entanto, reagiram. Muitos argumentaram que o último processo de escolha do líder já tinha sido muito complexo e que Pedro Lucas só chegou ao posto depois de muito debate.

    A liderança do partido é apenas uma das camadas de disputas internas do União Brasil. Com a saída de Juscelino, cresceu um movimento de desembarque da sigla do governo Lula.

    Além do Ministério das Comunicações, o União tem o Ministério do Turismo, que é cobiçado pelo PSD, e o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

    Esse último é da cota de Alcolumbre e é ocupado pelo ex-governador do Amapá, Waldez Góes, que é do PDT e nunca chegou a se filiar ao União.

    No Congresso, também cresce a percepção de que ministérios não são mais atraentes o suficiente para manter aliados. Sobretudo depois do empoderamento do Legislativo a partir das emendas parlamentares. Pode ser mais vantajoso para um político estar no Congresso de emendas turbinadas do que em um ministério com orçamento controlado.