Governo vê disputa política em tentativa de convocar Messias em CPMI
AGU pode enfrentar "sabatina alternativa" em colegiado que investiga fraudes no INSS
Governistas enxergam como disputa política a tentativa de convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e vão tentar barrar a articulação da oposição.
A alegação de membros da base aliada no colegiado é de que há centenas de requerimentos anteriores sem votação ainda.
Indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Messias corre o risco de enfrentar uma "sabatina alternativa" na CPMI antes de ver marcada a sabatina oficial na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
O requerimento para convocar Messias deve ser votado na próxima quinta-feira (27). O anúncio foi feito pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Na última semana, deputados defenderam que Messias esclareça suspeitas de uma suposta blindagem, em 2024, de pedidos de bloqueios judiciais do Sindnapi-FS (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical).
Lideranças da oposição estão pessoalmente envolvidas na convocação e articulando diretamente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que o nome de Messias não seja aprovado para que ele integre o STF.
A má recepção de Alcolumbre ao nome do AGU e o relacionamento desgastado com o presidente Lula e o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), colocam em risco a aprovação de Messias.
O atual AGU tentou fazer acenos com uma nota em tom elogioso a Alcolumbre, mas a iniciativa foi um gol contra e só irritou mais o presidente do Senado.
No Palácio do Planalto, já há expectativa de que a sabatina só ocorra em 2026.



