INSS: PDT assinará CPMI caso colegiado inclua fraudes da gestão Bolsonaro
Investigações da PF apontam que desvios em descontos pagos a aposentados e pensionistas ocorriam desde 2019
O PDT deve assinar o pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes em descontos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para isso, porém, a executiva do partido definiu uma condição: o colegiado precisa investigar as irregularidades ocorridas também durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), os desvios eram feitos desde 2019.
O partido está no centro do escândalo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que provocou, inclusive, a demissão do ministro Carlos Lupi, dirigente da sigla, do comando do Ministério da Previdência, sob acusação de omissão. Lupi não é formalmente investigado pela PF e afirma que a decisão de sair partiu dele.
A insatisfação do PDT com a condução da crise pelo Palácio do Planalto fez com que a bancada da sigla na Câmara anunciasse que sairia da base aliada do governo Lula para uma posição de independência.
Lupi reassumiu o comando da legenda após a saída do ministério, que segue sob o comando do PDT, com a ascensão do então número 2 dele, Wolney Queiroz (PDT-PE), ao posto de ministro.
A estratégia do PDT para se afastar da crise é de alegar que houve "incompetência" da própria PF sob o comando do governo anterior ao produzir uma investigação que levou anos para produzir resultados.
"A PF, em 2019, começou a fazer uma investigação que levou três anos sem resultado nenhum. O papel da PF é investigar. Alguns chegaram a dizer: ‘Ah, o Lupi tomou conhecimento’. Tomei conhecimento em uma reunião informal que alguém falou. É verdade. Tomei conhecimento porque existe essa denúncia desde que existe o INSS. Por que a Polícia Federal até 2022 não investigou, não apurou, não prendeu aqueles que estavam fazendo a grande fraude da previdência?", questionou Lupi na saída de uma reunião da executiva do partido nessa terça-feira (20).
A instalação da CPMI é considerada irreversível pelo Congresso Nacional. Agora, se trata de uma questão sobre quando será instalada e quem irá assumir funções de destaque, como relatoria e presidência.